Em nota divulgada na manhã desta quarta-feira, 31, o Movimento de União dos Servidores Públicos Civis e Militares do Estado do Tocantins (MUSME-TO) contesta a nota divulgada ontem 30, pela Secretaria de Comunicação do Governo do Tocantins.
A nota contesta a afirmação da nota do governo que diz que as medidas propostas pelos Sindicatos foram uma “demonstração” de que as entidades assumiram que “o Estado enfrenta dificuldades financeiras e que os argumentos apresentados pelo governo, desde o início das negociações, eram reais e confiáveis”.
O MUSME-TO esclarece que, as propostas comprovam “que o Governo não passa por dificuldade financeira. Pois, se há despesas que podem ser cortadas, é um claro sinal de que o dinheiro existe e está sendo mal administrado”, argumenta a nota dos sindicatos.
Na nota, os sindicatos, também, afirmam que não há crise financeira no Estado, e diz que o fato é comprovado pelo crescimento da arrecadação e a aprovação das últimas concessões que beneficiaram algumas categorias.
Confira a nota do MUSME-TO na íntegra
NOTA DE ESCLARECIMENTO
Comunicação Social – 31/08/2016
A respeito da Nota divulgada pela Secretaria de Comunicação, do Governo do Tocantins, na última terça-feira, 30 de agosto, o Movimento de União dos Servidores Públicos Civis e Militares do Estado do Tocantins (MUSME-TO) vem a público fazer os esclarecimentos que seguem.
Sobre a afirmação de que as medidas propostas pelos Sindicatos foram uma “demonstração inequívoca” de que as entidades assumiram que “o Estado enfrenta dificuldades financeiras e que os argumentos apresentados pelo governo, desde o início das negociações, eram reais e confiáveis”, o MUSME-TO esclarece que, ao propor a implantação da jornada de 06 horas e a redução do número de contratos temporários e cargos comissionados, as entidades sindicais estão na verdade comprovando que o Governo não passa por dificuldade financeira. Pois, se há despesas que podem ser cortadas, é um claro sinal de que o dinheiro existe e está sendo mal administrado. Outros sinais de que não há crise financeira são o comprovado crescimento da arrecadação e a aprovação das últimas concessões que beneficiaram algumas categorias em detrimento de outras. Não questionamos o direito dos colegas, mas queremos tratamento isonômico! Para o MUSME-TO, o Governo gasta mal e de forma exagerada, principalmente, com contratos temporários e cargos comissionados. Reivindicar a implantação de medidas que corrijam esses erros é uma obrigação dos representantes dos servidores públicos.
Desde o início da negociação, os Sindicatos sempre ressaltaram que o Governo tem condições de pagar a data-base, sendo que, por diversas vezes, chegaram a apontar as áreas nas quais era preciso evitar o desperdício de dinheiro público e efetivar mudanças profundas. O documento protocolado no último dia 30 só formalizou essas propostas.
Quanto à menção de que o caminho para superar o impasse é o diálogo, o MUSME-TO concorda e reitera que os servidores públicos sempre se pautaram por esse caminho. Exemplo disso é que a greve não foi deflagrada de forma repentina; antes disso, há um histórico exaustivo de negociação que está amplamente documentado e noticiado. E mesmo depois da deflagração, os servidores continuaram à disposição do Governo, tendo inclusive buscado interlocutores como os deputados estaduais e o Ministério Público, para auxiliar nesse diálogo. O que ocorre é que, infelizmente, o Governo não tem tido maturidade para lidar com os protestos, muito menos com as opiniões contrárias.
Por fim, o MUSME-TO desmente mais uma vez a afirmação de que o Governo está aberto à negociação. Os Sindicatos tiveram que formular uma proposta porque mesmo após 23 dias de greve, o Governo não teve a capacidade de sentar para negociar e apresentar a sua proposta de pagamento. A verdade é que depois que a greve foi deflagrada, o Governo nunca procurou os Sindicatos para buscar um acordo que desse fim ao movimento grevista. Se o Governo tem recebido líderes sindicais, não sabemos quem são. O que podemos afirmar é que esses tais líderes não representam os inúmeros servidores que têm ido diariamente às ruas, em pelo menos, 40 municípios tocantinenses para protestar e cobrar o pagamento da data-base. Portanto, para o MUSME-TO, será impossível dar fim aos transtornos sofridos pela população sem que o Governo se convença de que precisa colocar em prática a cultura do “diálogo e da abertura para negociar”, que tanto tem pregado, mas, que efetivamente não tem cumprido. (Assessoria de Comunicação)