Da Redação JM
O psiquiatra e escritor Augusto Cury, o autor mais lido no país nos últimos 20 anos com 30 milhões de exemplares vendidos só no Brasil, lança o “Você é Insubstituível”, programa de prevenção ao suicídio e a transtornos mentais ministrado por ele e disponibilizado gratuitamente pela internet.
Por meio de cinco episódios em formato de vídeo, com cerca de 15 minutos cada, o escritor fornece ferramentas para lidar com conflitos emocionais.
Além disso, o programa tem o objetivo de formar embaixadores que possam replicar esses conceitos, contribuindo para a identificação precoce de riscos de suicídio e outras questões relacionadas à saúde mental.
“Qualquer pessoa pode se apropriar desses conhecimentos. Essas ferramentas são importantes para que ninguém desista da vida, mesmo que o mundo desabe sobre ela”, afirma.
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“Os capítulos mais importantes da nossa vida são escritos nos momentos mais difíceis. Considero a dor, a perda e a exclusão não um material para se autodestruir, mas sim matéria-prima para se autoconstruir. Usamos, nesse programa, ferramentas para mudar a maneira como as pessoas encaram as fases mais tristes da sua história”, completa.
Livro complementa o programa
Concomitantemente ao programa, o escritor está lançando o livro “Prisioneiros da Mente” (editora HarperCollins), que deve se tornar um seriado internacional. O programa e o livro se complementam, segundo ele.
“Os dois falam sobre os cárceres mentais. O livro mostra que no cérebro humano se produzem mais cárceres que nas maiores prisões do mundo. E o programa aborda os mais dramáticos cárceres mentais que são a depressão, a autopunição e a autocobrança”, afirma.
“Queremos mostrar, por meio desse programa, que cada um tem um potencial incrível para se reinventar. Você é insubstituível. Ninguém é igual ao outro. Somos pérolas vivas”, completa.
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Esses conceitos também são aplicados no âmbito da educação. O Escola da Inteligência (EI) é o primeiro programa mundial de gestão da emoção para crianças e adolescentes, de acordo com o escritor.
“Há mais de mil escolas particulares, entre elas as escolas Batistas, Anglo, Objetivo, SAS e outros grupos educacionais, que aplicam o programa em sua grade curricular. Trata-se de uma aula por semana na qual os alunos aprendem habilidades importantes para protegerem sua emoção, gerenciar seu estresse, ser empáticos, empreendedores, resilientes e, consequentemente, autores da sua própria história”, explica.
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Ele ressalta que não há restrição de idade para seguir o programa. “Muitos acabam desistindo da vida, principalmente adolescentes, porque foram abandonados por suas namoradas. Se ela me rejeitou, me caluniou e daí? Minha paz vale ouro, o resto é insignificante. Essa é umas das ferramentas vitais da gestão da emoção”, diz.
Embaixadores replicam conceitos do programa
Entre os embaixadores do programa “Você é Insubstituível” está a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). A entidade realizou um evento recentemente com 150 juízes e servidores públicos de tribunais de todo o país em parceria com o Instituto Augusto Cury.
Neste evento, o escritor apresentou gratuitamente um curso de formação para replicadores do programa. O juiz Jayme Martins de Oliveira Neto, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), afirma que o que motivou a entidade a aderir ao programa foi a elevação de casos de depressão e suicídio na magistratura.
“Quando conversei com o Augusto Cury sobre o assunto, percebi que não era uma particularidade de nossa carreira, mas sim um fenômeno mundial. Então decidimos fazer o curso”, afirma.
“O grande problema é identificar a situação a que o profissional está passando para poder atuar e poupar uma vida. Então nós vamos trabalhar nisso”, completa.
Ferramentas ajudam a gestão da emoção
Entre as chamadas “ferramentas da gestão da emoção” apresentadas por Cury no programa ele destaca alguns pontos. “Aprender a se doar sem medo, mas diminuir a expectativa do retorno, porque os íntimos são os que mais podem nos ferir; entender que ninguém muda ninguém. Temos o poder de piorar os outros, mas não de mudá-los; quando alguém aumenta o tom de voz deveríamos diminuir, porque quem agride é frágil, do ponto de vista psiquiátrico”, afirma.
Ele ainda ressalta que, para cuidar da saúde mental, é preciso se blindar das ofensas. “Uma pessoa não compra aquilo que não lhe pertence, sua paz vale ouro; é preciso entender que, por trás de uma pessoa que fere, há uma pessoa ferida. Outra ferramenta vital: a melhor vingança contra o inimigo não é ter sentimento de vingança, porque isso faz mal ao hospedeiro, mas sim perdoar seu algoz, assim ele não dormirá com você”, conclui.
Já a obra “Prisioneiros da Mente” conta a história de um homem rico e poderoso que recebe o diagnóstico de um câncer em fase terminal. Ao analisar sua vida, decide cortar todos os recursos financeiros dos filhos, que viviam em conflito.
“Ele percebe que acertou no trivial e errou no essencial. Ganhou dinheiro como poucos, mas seus filhos se digladiam e não o amam pelo que ele é, mas pelo que ele tem. Então, ele retira o dinheiro para ver se sobram afeto, solidariedade, generosidade”, diz.
“Ele leva os filhos ao limite, assim com Deus de Israel levou o povo ao limite ao andar por 40 anos pelo deserto e quando o mestre dos mestres levou seus discípulos ao limite quando disse que seria morto de maneira vexatória por meio da crucificação. Esse pai tira todos recursos e vai fazer com que os filhos se doem ao máximo à humanidade sofrida. Os filhos passarão pelo teste?”, finaliza.