Por Pr Ismael Roselei – Casados em Cristo.
Veremos neste post algumas atitudes que podem ajudar no controle do ciúme. Vamos, primeiramente, ver quais são os níveis de ciúmes para que você possa se posicionar nessa questão:
Ciúme excessivo. Quando se manifesta de forma crônica, com estresse ou depressão. Nem o parceiro dando provas de sua fidelidade a situação se resolve. Pode indicar necessidade de um especialista, nesse caso, um psiquiatra.
Ciúme intenso. Embora seja muito forte, a pessoa consegue se controlar. É caso de conversar com o parceiro e buscar aconselhamento.
Ciúme moderado. É o mais comum. Aparece como uma reação à ameaça de um possível rival. Mesmo sendo moderado, ao invés de proteger pode destruir a relação.
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Ciúme positivo. Quando o ciumento aceita a verdade de que seu parceiro tem direito a uma certa independência e pode viver sua liberdade, obviamente, com responsabilidade. Este ciume pode ter um lado positivo, é capaz de levar o ciumento a cuidar melhor do parceiro, inclusive pode aquecer o relacionamento.
Agora sim, vamos ver o que é possível fazer para buscar o controle do ciúme. Os passos propostos são os seguintes:
O ciumento deve admitir que tem um problema.
Se alguém admite estar sofrendo com o ciumes já é uma boa notícia, pois é o primeiro passo para a solução. Sem isso não se tem como chegar a um controle deste sentimento. A dificuldade é que a maioria dos ciumentos “patológicos” não admitem e sempre transferem para o outro a culpa. E admitir por si só não resolve, é preciso partir para a ação concreta, estar disposto a encarar a situação.
Buscar ajuda.
Depois de admitir o problema, agora é buscar ajuda. Dependendo do nível de ciúme, pode ser necessário ajuda médica, no caso um psiquiatra, e medicação ( estabilizadores de humor e neurolépticos). Nos casos menos intenso, um conselheiro pode ajudar e muito.As fontes de ajudas são: A fé, a medicina, e o conhecimento.
Falar sobre o assunto com o cônjuge.
Geralmente o ciumento tem dificuldade de falar sobre este assunto e então se fecha, é quando pode manifestar doenças emocionais, pois o sofrimento é grande. Quando ele se abre com o parceiro sobre este sentimento se sente mais alíviado e melhora compreensão por parte do outro, que pode se engajar na luta contra o ciúme ao invés de ficar com raiva ou desistir da relação.
Colocar-se no lugar do outro.
Sempre que nos colocamos no lugar do outro a nossa visão do problema tende a mudar. O ciumento colocando-se no lugar do seu parceiro, irá se aperceber que está provocando danos emocionais terríveis e que pode inclusive estar empurrando a relação ladeira abaixo. É difícil encontrar um ciumento que consiga fazer assim, mas com jeitinho, bom papo, é possível conduzir o ciumento para que compreenda o tormento em que está transformando a vida do outro. E por outro lado, a vitima do ciumento, quando se coloca no lugar dele pode entender melhor o seu sofrimento também.
Respeitar a liberdade, os sentimentos e as diferenças do outro.
E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também. Lc 6:31
Essa é uma premissa que os ciumentos não respeitam, têm um sentimento de posse da pessoa amada e o medo de perdê-la faz com que não respeitem esta ética. Não se pode robotizar pessoas, nem mesmo Deus se permitiu fazer isso conosco. Somos livres para escolher o que queremos da vida, inclusive, para cometer erros se assim o quisermos.É claro que os nossos atos geram consequências para o bem ou para o mal.
Melhorar a auto estima.
Uma senhora comenta que quando ela está de bem com a vida, sem sentindo bonita, feliz mesmo, o seu ciume diminui muito, porque ela se sente fortalecida, bela o suficiente para encarar qualquer rival que apareça pela frente, mas quando está com a autoestima baixa, então, o seu ciume se torna obsessivo.
Então, fique bem , elimine da sua vida aquilo que tem te põe para baixo. Faça dieta, pratique esportes, diminua o peso, se alegre, se aceite. Se é um homem, repense seus valores de homem, sua capacidade de prover e proteger e suas realizações, descubra-se como alguém que tem valores, aceite suas limitações, ninguém é super homem ou completo em si mesmo.
Não ser dependente de pessoas.
Muitas vezes a pessoa ama excessivamente, e esse amor leva a pessoa a se tornar dependente da outra. Elas dizem: ” Sem ele eu morro, não consigo mais viver, minha vida acaba”.
Tenho como receita para minha vida pessoal que, as pessoas contribuem para o meu bem estar, então preciso amá-las e ser amado por elas, mas não posso entregar na mãos delas o meu destino, elas não podem determinar a minha felicidade ou infelicidade. A minha dependência está Naquele que pode realmente me fazer feliz.Ele disse:
E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Lc 10:27.
Ele estava nos ensinando com que medida devemos amar. Amar a Deus acima de tudo, acima do marido, da esposa, dos filhos, dos pais, e amar aos outros como a mim mesmo. O amor tem que ter seus limites também. Eu não posso amar mais o outro do que a mim mesmo.
Ama mais a criatura do que o Criador, é idolatrar o outro. E quando é assim, as coisas começam a dar errado, o ciúme é um desses erros.
Não coloque o cônjuge acima de Deus porque ele não é Deus, não faça dele um objeto de adoração, entenda que ele é um ser livre e que o seu amor lhe pertence, mas não a sua vida.
Outra coisa, precisamos ter sempre em conta que a possibilidade de perder alguém que amamos é real. Claro que não queremos, mas temos que trabalhar isso na nossa mente, todos passamos por perdas de pessoas queridas. E a vida vai continuar de um jeito ou de outro e somos nós que escolheremos como queremos viver, se chorando para o resto de nossos dias , ou aceitando o consolo e voltando para a corrida.
Ter a confiança como base de um relacionamento.
Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados. Tt 1:15
É assim que deve ser o relacionamento, acreditando sempre na pureza do outro, na sua honestidade, fazendo disso uma premissa, um ponto de partida. O ciumento é esta pessoa de que fala o versículo acima, pois desconfia de tudo e de todos e nada é puro aos seus olhos. Na verdade os seus olhos estão contaminados e não podem ver o que é real.
O profeta Zacarias fala que as mentiras e o pensar mal do outros traz a ausência de paz para dentro de casa. Paulo diz que quem ama não suspeita mal, e mais, fala que não deve haver entre os filhos de Deus dissensões e invejas.
Estas são as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas. E nenhum de vós pense mal no seu coração contra o seu próximo, nem ameis o juramento falso; porque todas estas são coisas que eu odeio, diz o SENHOR.(Zc 8:16,17)
Creio que não há que se falar em ser cristão se a relação conjugal tem como base a desconfiança. Acredito que o ciúme bem administrado tem o condão de proteger o relacionamento, não passa dos limites, pois se isso acontecer é sinal de desconfiança e sobre está base não se constrói relacionamentos.
Confiar a Deus a guarda do seu cônjuge.
Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Sl 127:1
Uma pessoa pode construir um bom relacionamento, mas é Deus quem vai lhe dar graça para fazê-lo.
Penso o seguinte, vou estar observando as coisas que estão se sucedendo ao meu cônjuge, fazendo como Jesus disse: “orai e vigiai”, mas sabendo que o que os meus olhos vêm e a minha mente concebe, nem sempre é a realidade dos fatos.
Sei que não posso vigiar o meu cônjuge 24 horas por dia, primeiro porque não é necessário e não é justo, e segundo porque é impossível, assim coloco a vida dele nas mãos de Deus para que Ele o proteja.
Gosto da história de Abraão e Sara no capitulo vinte de Gênesis, onde ele tentou proteger-se e a sua mulher com uma mentira, mas fracassou e um rei acabou levando-a para si, mas quando pensava em transar com ela, Deus interveio e mandou que ele devolvesse aquela mulher ao seu marido porque era casada com um servo do Senhor. Será que você tem fé para crer que Deus cuida do seu cônjuge também?
Afirmo que Deus protege muito mais um cônjuge do que qualquer outro ser humano.
Contabilizar todas as suas suspeitas que não deram em nada.
Isso deve ser feito pelo próprio ciumento. Caso queira pode até registrar os eventos. A todo instante ele pensa mal do outro, então, quando isso acontecer, ele deve escrever a desconfiança e esperar para ver no que vai dar, se a suspeita era fundada ou não. Se fizer isso, irá descobrir que estava errado, não havia motivos para ter desconfiado. Isso servirá para apoiar pensamentos futuros e se arrepender de todos eles.
Entender que saúde relacional é uma necessidade humana.
Precisamos de relacionamento para viver.E como marido ou esposa faremos o nosso melhor para ser uma companhia agradável , mas por melhor que um cônjuge seja, não será suficiente. Outros relacionamentos serão necessários. Um ser humano precisa viver junto de outras pessoas., ouvir e ser ouvido. As pessoas tem uma família de origem, pais e mães, têm amigos, tem um história, conheceram gente, e não se pode impedir isso por conta de um sentimento mesquinho e controlador.
Quando alguém é impedido de ter amizades e de se relacionar com outras pessoas, ela adoece emocionalmente. Eu não consigo imaginar como é que pode alguém dizer que ama, mas impõe tal sofrimento ao amado, privando-o de viver.
Quando se vive debaixo de um ciúme doentio, aumenta-se a possibilidade do adultério:
O ciumento é aquele que de tanto sugerir que seu cônjuge o está traindo, ou na iminência de fazê-lo, que acaba contribuindo para o adultério. Isso é estatístico, é científico, quando se vive debaixo do jugo de um ciumento, tem-se aumentada a possibilidade de um adultério. E não é difícil encontrar as razões, primeiro porque faz do outro um oprimido, um prisioneiro, faz sugestões, indica pessoas, faz com que o outro passe a pensar no caso, e acima de tudo, faz do outro um mal amado que precisa buscar no amante(a) um pouco de refrigério.
Concluindo:
O ciumento excessivo precisa da ajuda Deus, tem que se encher do Espírito, visto que quando se está cheio de Deus se erra menos, agride menos, acusa menos, suspeita menos.
O cimento precisa da ajuda de um médico psiquiatra, com medicação se necessário for.
Se não aceitar ajuda, estará escolhendo o fim de um amor.
Ao ciumento digo, pare de culpar as pessoas ou seu cônjuge. Pare de olhar os outros como seus inimigos e rivais, e também de olhar seu cônjuge como alguém que não tem dignidade, que não merece sua confiança. Seja um pacificador de sua relação.