O dízimo é uma das questões que mais geram controvérsias, tanto no âmbito da igreja como fora dela. Para esclarecer alguns pontos e expor sua visão sobre o tema, o pastor Zé Bruno, vocalista da Banda Resgate, publicou um vídeo no canal de sua igreja na última quinta-feira (8).
Em um panorama bíblico sobre o assunto, Zé Bruno lembra que Abraão, no Antigo Testamento, registrou o primeiro dízimo da história quando entregou parte de suas conquistas de guerra para o sacerdote Melquisedeque. Anos mais tarde, Jacó prometeu entregar o dízimo de tudo que ganhasse em um voto com Deus, quando fugia de seu irmão. Em Moisés, o dízimo foi institucionalizado pela lei.
Quando vejo Jesus, a interpretação da lei foi complementada: “Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas (Mateus 23:23)”.
Diante de todos esses pontos, Zé Bruno reconhece que podem existir diversas linhas de interpretação. “Eu costumo olhar da seguinte forma — não vou dizer que sou o único, nem que estou correto. Abraão entregou não por lei, mas porque ele achou que deveria consagrar o que ele havia recebido em gratidão a Deus”, disse ele.
“Eu sou mais tendencioso a não usar a lei”, completou. “Eu acredito que Jesus disse que deveríamos contribuir, mas entendo que o pressuposto na cabeça das pessoas quando escutam a palavra ‘dízimo’ já traz uma carga que o nosso evangelicalismo torna tão forte. Eu tenho como opção não usar essa palavra. Eu não prego o dízimo.”
Em sua igreja, Zé Bruno pede para que os membros entreguem suas contribuições e ofertas voluntárias, mas evita usar o termo. “Paulo diz que devemos entregar nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus — muito mais que a décima parte, mas a vida inteira. Não estou querendo dizer que as pessoas devem entregar tudo, e sim que a nossa vida pertence a Deus. E quando sua vida pertence a algo, você não faz contas. O seu amor, na lei da liberdade, te leva a ter um compromisso de vida”, argumenta.
O pastor afirma que as pessoas podem até separar os 10%, mas devem se atentar para que isso não se torne uma moeda de troca. “Eu não sou mais abençoado pelo dinheiro que eu entrego, mas pelo que Cristo fez na cruz por mim. Deus não lê o seu bolso para saber se Ele libera benção do céu ou não.”
Dízimo e a manutenção da igreja
Zé Bruno lembra que muitas igrejas indicam a determinação de um valor para que haja haja um planejamento na administração de seu orçamento. “Concordo com isso, mas mesmo assim eu preferi não adotar a alíquota”, disse ele.
“Eu acho que Deus quer o nosso coração por inteiro. Pode ser que tenha dia que eu entregue tudo. Pode ser que tenha dia que não vai ser o dinheiro, e sim um sapato, uma roupa, uma cesta básica, ou que eu atenda pessoas com minha profissão. Não se esqueça que no Antigo Testamento se alimentavam órfãos e viúvas com os dízimos”, pontua o pastor.
Zé Bruno acredita que as pessoas, de fato, devem entregar suas contribuições na igreja para sua manutenção e que é importante um padrão para o orçamento. No entanto, ele escolheu seguir o caminho mais difícil — mesmo que o caixa de sua denominação fique apertado.
“Se eu tiver que colocar uma obrigação para um filho amar seu próprio pai, é melhor não ter relação. Se eu tiver que colocar um decreto para que as pessoas entreguem, eu prefiro que elas não venham. Se elas tiverem que entregar por medo de serem devoradas, eu prefiro que elas não entreguem. Se elas tiverem que entregar pela ganância de ter algo a mais, eu acho que Deus também não quer”, conclui. Com informações Guiame
Assista ao vídeo completo: