Da Redação JM
Num México onde a violência parece fora de controlo, o choque da onda de assassinatos que se tem espalhado pelo país chegou de forma dramática ao Parlamento. Isto depois de uma deputada ter sido surpreendida em plena sessão por um telefonema a dar conta da morte da filha.
A sessão parlamentar decorria quando Carmen Medel Palma, do Movimento de Regeneracão Nacional (Morena), partido do presidente eleito Andrés Manuel López Obrador, irrompeu em gritos desesperados de “assassinaram a minha filha”, enquanto entrava em colapso nervoso.
+ Mesmo enfermos, missionários idosos entregam Bíblias nas áreas mais perigosas do México
O incidente obrigou a interromper a atividade parlamentar na Câmara de Deputados, com vários dos colegas de Carmen Medel a tentarem confortar a deputada.
“Cidadãs e cidadãos legisladores, é com profunda pena que participamos o assassinato da filha da nossa companheira deputada Carmen Medel, do distrito 14 do estado de Veracruz. Valeria foi hoje vítima do estado de violência em que os mexicanos vivem”, informou o deputado Pablo Gómez, também do partido Morena.
“Hoje encaramos a tragédia de uma forma muito mais direta, com um membro desta assembleia. Todos estamos sujeitos a esta crise de violência no nosso país e todos juntos, como legislatura, devemos responder. Temos de erradicar a violência do México”, acrescentou.
+ No México, 287 mil evangélicos são forçados a deixar suas casas por causa da fé
O presidente da Câmara de Deputados, Porfirio Ledo, anunciou a suspensão dos trabalhos até à próxima terça-feira.
A filha da deputada, Valeria Medel, de 22 anos, foi morta a tiros dentro de um ginásio em Ciudad Mendoza, no estado de Veracruz, enquanto estava a treinar, alegadamente confundida com outra mulher que seria o alvo do ataque encomendado.
Um homem presumivelmente envolvido no assassinato de Valeria foi entretanto encontrado morto, anunciou o governador de Veracruz, Miguel Ángel Yunes Linares.
O ano de 2018 tem sido o ano mais violento da história recente do México. Segundo dados da organização Semáforo Delictivo, o país registou mais de 21 mil homicídios até ao final de setembro, um aumento de 18% em relação ao ano anterior.
https://youtu.be/M78fWvLI0Sk
Com informações DN