Da Redação
Após a saída da cúpula da SSP em decorrência da negativa do Governo de cancelar as exonerações dos delegados regionais, o secretário de Comunicação do Estado, João Aguiar Neto, informou que o quadro da cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) não vai ser reposto este ano. A informação foi confirmada por João Aguiar ontem em entrevista ao JTo. Até o momento, o único cargo da pasta a ser reposto foi o de secretário, que foi ocupado pelo atual gestor da Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju), Heber Fidelis, que acumula as duas funções, sendo a da SSP interinamente. O presidente do Sindicato dos Delegados do Estado do Tocantins (Sindepol), Mozart Félix, vê a nomeação com preocupação.
Questionado sobre se há uma crise instaurada na segurança do Tocantins, tendo em vista as 171 exonerações no quadro da polícia civil no sábado passado, sendo 12 delegados, dentre eles Bruno Boaventura, delegado regional de Araguaína, responsável por coordenar as delegacias que investigam o caso do pai do parlamentar Olyntho Neto (PSDB) e ex-líder do governo na Assembleia Legislativa, o advogado e exjuiz eleitoral João Olinto Garcia Oliveira, foragido e envolvido no caso do escândalo do lixo hospitalar, o secretário respondeu que não há. “Não considero uma crise, porque dentro de uma delegacia, além de um delegado temos escrivães, agentes, papiloscopistas que estão trabalhando normalmente, e os delegados inclusive. A cúpula do governo é um comando a mando do governo. Se quem está com o governo pede para sair, nós acatamos. Uma crise seria se muitos pedissem para sair”, disse.
Perguntado sobre o único delegado que não foi exonerado das 13 regionais, Aguiar Neto afirmou que “Se é um cargo de confiança é alguém que eu confio”, mas não soube dizer o nome do único delegado que não foi exonerado. Os cargos de delegados regionais, delegado-geral, diretoria de polícia do interior, gerente de operações, diretoria de inteligência e diretoria da academia de polícia estão vacantes até dia 31 de dezembro, segundo o secretário. Ainda de acordo ele, um estudo está sendo feito para saber como ficará a estrutura da Segurança no ano que vem.
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A respeito de colocar Fidelis acumulando as duas pastas, Aguiar Neto, acrescentou que o objetivo do governador Mauro Carlesse (PHS) é enquadrar o Estado na Lei de Responsabilidade Fiscal, cuja ele disse que o Estado está fora há tempos. “Não podemos mais ser um Estado que vive em função da folha de pagamento”, disse. Ele também lembrou que o Estado não recuou sobre as exonerações porque os delegados também tinham alguns “interesses próprios”. “Nós não vamos pensar em minorias, precisamos pensar nas maiorias. A respeito dessas progressões, todos precisam ser beneficiados”, finalizou
Sindicato
Já Félix, presidente do Sindepol, disse que ficou claro que as exonerações dos 12 delegados regionais representam uma tentativa de perseguição. A respeito da nomeação de Fidelis, o presidente destacou que a nomeação traz bastante para preocupação para a categoria, tendo em vista a complexidade das duas pastas. “A Seciju já tem várias questões complexas para serem administradas em sua pasta, como por exemplo as recentes rebeliões, entre elas a ocorrida em outubro no Barra da Grota, em Araguaína, além de fugas, tentativas de fugas”, pontua.
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Ele acrescenta que o governo achar que um secretário que já gere uma secretaria que tem problemas sucessivos vai conseguir gerir uma de Segurança Pública, demonstra que o Estado não está preocupado com a segurança. “Heber Fidelis é advogado e não da área de segurança”, destaca, e diz que a SSP precisa de autonomia. “As 171 exonerações não tiveram conhecimento prévio do secretário nem do delegado-geral. A única exoneração que veio a conhecimento foi de Boaventura. Sobre o Estado usar o assunto das progressões para justificar a entrega dos cargos, Félix disse que não justifica, pois a batalha judicial ocorre desde 2015.
Com informações JTo