Da redação
Os cristãos da Argélia estão vivendo dias de horror, após a Igreja do Evangelho Pleno ter sido fechada pelas autoridades locais, no dia 15 de outubro. Ao organizarem uma manifestação pacífica, pedindo a reabertura da igreja, vários membros e o pastor Salah, líder da igreja, foram presos, espancados e insultados pelos oficiais da polícia.
Mesmo após a libertação, os cristãos continuam temerosos pois não foram informados se enfrentariam acusações jurídicas.
A Igreja do Evangelho Pleno é a maior igreja da Tizi Ouzou, na Argélia, com cerca de 700 membros, e é uma das três que foram fechadas a força em apenas dois dias.
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O fechamento das igrejas é aparentemente outro passo do governo para fechar todas as igrejas cristãs no maior país da África. A maioria dessas igrejas faz parte da EPA – Eglise Portestante d’Algérie – organização legalmente reconhecida e que agrega as igrejas protestantes no país. E, segundo o pastor Salah, é um ato de intolerância religiosa e violência para com os cristãos.
Salah vê a tendência de fechamento de igrejas como ‘muito preocupante’ para o futuro do cristianismo na Argélia. “Receio que as autoridades também proíbam as igrejas domésticas. Já vimos isso em nosso país, pastores cujas igrejas foram fechadas, começaram a fazer reuniões nas casas, e o governo também os proibiu disso”, lembra o pastor.
“A única coisa que peço, é que a igreja livre de perseguição ore para que o Senhor esteja conosco durante essas dificuldades”, pediu Salah.
A Argélia é o 22º país na Lista Mundial da Perseguição 2019, em que o extremismo islâmico e o autoritarismo do Governo contribuem para a perseguição religiosa e aos ataques contra os cristãos.
Em 2018, cristão ex-muçulmano argelino foi absolvido depois de ser sentenciado por carregar uma Bíblia e outros itens cristãos com ele. Anteriormente, ele tinha recebido a sentença máxima de prisão, sendo que esse “crime” seria punível com seis meses e uma multa. Em abril do mesmo ano, um cristão convertido foi solto após 18 meses na prisão. Ele foi sentenciado a 5 anos de prisão e recebeu uma multa por postar declarações consideradas insultos ao islamismo, em sua página no Facebook. Sua sentença foi reduzida após receber perdão presidencial.
(Com Portas Abertas)