Da redação
Por Pr. Gesiel Oliveira
Amigos eu não recebo absolutamente nada da minha igreja. Não estou dizendo que é assim que vocês devem agir, mas eu já trabalho assim há 20 anos, e Deus nunca tem me deixado faltar nada. Faço missões com meu próprio dinheiro, pago minhas viagens, hospedagem, alimentação e ainda me esforço para deixar ofertas por onde passo, e o pouco que entra para ajuda dos missionários, nós conseguimos fazer muito.
Ano passado fiz 91 viagens missionárias pela Amazônia, ora andando em estradas poeirentas cheias de assaltantes, ora andando pelos rios, onde ocorrem muitos assaltos e naufrágio por conta da força das mares do grande Rio Amazonas. Em minhas viagens tive a oportunidade de conhecer muitas regiões indígenas, ribeirinhas, comunidades isoladas no meio da floresta amazônica, etc. Por onde passei realizei batismos nas águas, Santa ceia, consagrações de obreiros, inaugurações de templos, posse de pastores, pregação da palavra em inúmeras festas de crianças, adolescentes, jovens, obreiros, círculo de oração, etc. Tenho visto de perto o sofrimento do povo amazônico esquecido e abandonado pelo poder público.
A implantação de igrejas tem mudado a realidade de muitas comunidades, antes destruídas pelos vícios, drogas e bebidas que chegaram antes do Evangelho. Participei de campanhas para conseguir vários cadeiras de plásticos para igrejas ribeirinhas, microfones, baterias, guitarras, violões, motores de energia elétrica, e dezenas de cestas básicas que foram distribuídas para quem verdadeiramente precisa.
Vi e me emocionei com o sorriso da criança descalça na Foz do Rio Mazagão Velho, com o abraço de gratidão da idosa de 85 anos que eu batizei no Rio Marinheiro, no longínquo Arquipélago do Bailique. Fiz um apelo nas redes sociais, e vi o choro da mãe de uma criança, uma menina de 5 anos, que recebeu uma cadeira de rodas para vir a igreja, que fica em Melgaço, o município mais pobre do Brasil. Alegrei-me tomando açaí e comendo camarão na casa de um senhor que teve uma de suas pernas amputadas por uma picada de cobra, que estava orando há 30 anos para que Deus implantasse uma igreja em sua comunidade ribeirinha na Ilha do Marajo.
Emocionei-me com a felicidade estampada em cada rosto indígena, na Tribo no Parque Indígena do Tumucumaque, que ajudamos levando remédios, médicos e o principal: A Palavra de Deus. Vi um indiozinho chorar ao receber sua primeira Bíblia, e na linha dele, o Waiãpi. Vi índias que antes eram depressivas, bebiam, se drogavam e só pensavam em se suicidar, agora dançarem na presença de Deus de alegria. Não dá pra descrever a quantidade de lições que tenho testemunhado nesses últimos anos.
Está acontecendo um revolução missionária e silenciosa na Grande Floresta Amazônica nesses últimos dias. Quem só pensa em quanto vai ganhar, nunca vai entender o que é se doar para uma obra que, antes de espiritual é humanitária e fraternal. Ainda existe um povo que faz missões por amor. Nosso trabalho é silencioso, mas a Obra do Espírito Santo é eficaz. Orem por esses que se dispõem a sair das quatro paredes para irem aonde ninguém quer ir. Deus está agindo e transformando muitas vidas.
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