O ministro da Indústria e Comércio do governo Michel Temer, Marcos Pereira, é bispo licenciado da IURD. Após a eleição de Marcelo Crivella a prefeito do Rio de Janeiro, ele fez um desabafo nas redes sociais: “Ao longo dos anos, Crivella e os evangélicos, especialmente os da Igreja Universal, têm sofrido todo tipo de preconceito”.
Como presidente licenciado do PRB, Pereira entende que a vitória de Crivella representa uma “valorização dos princípios mais conservadores”. Compara a situação do Brasil com a dos Estados Unidos, com Donald Trump. “O Brasil foi governado por 13 anos por um partido considerado de esquerda, com ideias mais liberais, e a sociedade verificou que não deu certo. Então, vamos agora dar uma guinada”, afirmou em entrevista à revista Época.
Em sua análise, a sociedade brasileira é “religiosa, em grande maioria cristã. E os valores cristãos são conservadores, não tem jeito. Quando algum desses temas chega à Câmara, há uma Frente Parlamentar da Família, com evangélicos e católicos, de quase 200 deputados, que é um espelho da sociedade”.
Nas eleições deste ano o seu partido cresceu mais de 30% no número de prefeituras conquistadas, saltando de 80 para 105. Mas faz questão de frisar que nem os candidatos do partido são ligados à IURD. Por exemplo, apenas dez dos 22 deputados federais são membros da igreja.
Olhando para o cenário político do Brasil, prevê: “um dia, um evangélico será presidente do Brasil”. Para o ministro, trata-se de um processo natural.
“O Brasil elegeu um ateu [referência a Fernando Henrique Cardoso], católicos, uma mulher. É da democracia. Não é que os evangélicos vão eleger um presidente da República, é diferente. Eu não tenho dúvida de que um dia um evangélico será eleito presidente da República. E ele, seja quem for, vai ser eleito pelos evangélicos, pelos católicos, pelos macumbeiros, pelos ateus. Você acha que em 1,7 milhão de votos do Crivella só tem evangélicos? De jeito nenhum!”, assegurou.
Porém, não acredita que a motivação será apenas religiosa. “Não se trata da religião. Trata-se de valores. A sociedade brasileira não aprova essas discussões consideradas mais liberais. As pesquisas mostram isso”, resume.
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