Por João Abrantes
É de uma verdade inacessível que a igreja de cristo desde a sua fundação com o próprio Messias, enfrentou, enfrenta e enfrentará embates provindos de sua natureza originária. A missão da igreja foi específica a todos que um dia adotaram o evangelho como cânone de vida em todos os aspectos humanos.
A fundamentação para esse evangelho está presente na própria palavra de Deus ou escritos sagradas se tomarmos por exemplo a hermenêutica bíblica, os excertos por todo o espólio sagrado da era cristã. Os anos preliminar da igreja fora travado em cruentas batalhas para se institucionalizar a mensagem de boas novas do evangelho. Esse instrumento custou a vida dos primeiros apóstolos, depois com os discípulos e culminou com os pais da igreja, firmes em defender o legado sagrado deixado pelo carpinteiro de Nazaré (Mc. 6:3).
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O que se sabe através dos escritos é que foram de aproximadamente três séculos de repressão infindável, sangrenta e brutal, perseguição sistemática e incessante dos seguidores do nazareno por parte do império romano, observando que os métodos por cada tirano foram aplicados de forma diferente e peculiar com os seguidores de Jesus, o chamado Cristo. Já conhecidos dos leitores, no ano 64 foi a primeira das muitas perseguições comandadas e imposta pelo imperador Nero. O imperador Nero destilou o seu veneno de forma cruel e impiedosa conta todos e em todo o império romano que culminou com as execuções animalescas, o que rezava no cardápio crucificações e a fantasmagóricas cenas de leões ou outras feras devorando vivos os pobres, miseráveis e indefesos cristãos.
Deixemos de lado este cenário inescrupuloso e assombrador da terrível e sangrenta mortandade de cristãos e mergulhemos nas páginas das sagradas escrituras, a conferir o livro de Mateus, capítulo 24. E aqui com a máxima venia, aos teólogos, curiosos, admiradores e demais teóricos da bíblia sagrada, neste particular especificamente sui generis, não analisaremos o mérito escatológico exemplificativo neste artigo, mas apenas e de forma superficial o sentido figurado do texto, já que o literal não se aplica com exatidão por falta de certeza absoluta da interpretação, o que classificamos como onisciência, que por sua natureza é de competência absoluta e apenas de Deus.
O cronista do vade-mécum de Mateus, expõe de forma cronológica os episódios em seus graus e prossecução de acontecimentos. Acreditamos que essa passagem também se aplica aos tempos atuais haja visto, a bíblia ser um livro de albergar outrora, na época atual e tempos vindouro. Com essas súmulas de investigação textual, podemos aplicar aos dias atuais, justamente aquilo que o apóstolo Paulo pontua de os “tempos difíceis” (II Tm 3:1) que igreja enfrentaria nos dias em que sobrepujar a volta de Cristo Jesus.
Quando fixamos os nossos olhos na agenda escatológica de Deus, nos deparamos com um afunilamento crescente e veloz para o cumprimento de todas as profecias ali narrada nas escrituras, independentemente, de quem esteja no/ao poder. Essa agente de acontecimentos, abrange todo o universo humano. Para o cumprimento literal dos eventos narrados de gênesis ao apocalipse, entende-se que conforme a própria bíblia descreve, e aqui não vou me ater apenas em um ou dois textos bíblicos. Pois, entendo que toda escritura no seu todo ou em parte cumpri esses acontecimentos, é necessário que os tempos (governo humano, política humana e sistema religioso), se agrupem em uma só direção, para um governo do homem da iniquidade (II Ts. 2:1-6).
Esses dias segundo a própria escritura são marcados por perseguições, intolerância e preconceitos religiosos e um ódio tão acirrado contra os chamados cristãos, chegando a considerá-los a causa de todas as desgraças que se abatem sobre o todas as nações e, por isso, perseguirão até a morte. O brasil, não é uma exceção neste contexto da agenda escatológica de Deus, mas apenas mais um povo a viver esses dias maus. Não é uma questão de natureza ideológica política partidária ou esse ou aquele governante. Lembremo-nos que independentemente, de quem estiver no poder isso acontecerá.
Os manuscritos sagrados nos ensinam que “passará o céu e a terra, porem as palavras do Cristo, jamais iriam deixar de se cumprir” (Mt. 24.35). As datas que nos esperam e se cumprirão serão sombrias e tenebrosas, mas ao mesmo tempo, confortantes, para aqueles que lavaram suas vestiduras no sangue do cordeiro. Independentemente, se você for favorável às doutrinas pré-tribulacionismo, pós-tribulacionismo e meso-tribulacionismo, isso não implicará em deixar de se cumprir o que Jesus previu no chamado Sermão do Monte das Oliveiras, igrejas serão fechadas, pastores serão presos e cristão serão proibidos de professarem o nome de Cristo publicamente. Uma nuvem negra se aproxima trazendo com consigo todos os meios possíveis de cercear, intimidar e amordaçar o evangelho. Vivemos o tempo do fim, a última hora, momentos em que antecede a volta do filho do homem para raptar, subtrair ou como alguns tendem ardilosamente insistir, advento do ato nupcial entre igreja e o seu noivo ou “filius Dei vivi”.
Sombras, ventos, tempestades com grandes estampidos e relâmpagos estrídulos aproximam-se da igreja nesses últimos dias que antecedem o regresso de Cristo. O presságio é que haverá um cerceamento exacerbado por todos os lados com o cometimento de bridar, intimidar, cercear, tolhi e aferrolhar físico, religioso e psicológico a proliferação do evangelho e dos cristãos. Como foi no pretérito, está sendo no vigente e se repetirá com maior intensidade de crueldade a repressão aos chamados cristãos.
Começará com pequenas intimidações, do tipo, não se pode falar isso ou aquilo que se torna violação do ponto de vista, depois o cerco se estenderá para cerceamento do proselitismo em praças públicas, posteriormente, haverá os chamados “cerimônias policiada”, onde estará sempre infiltrado um observador, ou um soberano nos umbrais das igrejas ou ambientes para inquirir das mensagens apostoladas. Como em outros países, as tributações surgirão como intimidação para ajudar a cercear o cristianismo, depois às prisões de pastores ou cristãos que aferrar-se em propagar a doutrina.
Em conclusão, instaurar-se uma era análoga a supremacia romana, com um agravante, os cristãos passarão a serem considerados persona non grata dentro de um complexo inclemente, maquiavélico e anticristão, que de acordo com apocalipse (ap.13:16-18) se espargirá por todo o mundo. Claro, que aqui quero estorvar de inquirições escatológicas ou teológicas se é pra aquém, nesse ínterim ou um ato contínuo do regresso de Cristo, e dizer apenas que o complexo é esse, e está orquestrado para o mais vil e cruel momento da história da igreja na terra (Mt. 24:19).
Haverá dois protótipos de cristãos, os atraiçoados e os pérfidos. Aqueles que jamais negarão o sermão da cruz e viveram piedosamente pelo/para o evangelho. E aqueles que como se sabe ao longo da história, nunca aceitaram ou se tornaram verdadeiros seguidores do nazareno. Vão se juntar, aos algozes do grupamento e acriminar, fabular, prevaricar, infamar, procurar meios e oportunidades para entregarem os irmãos nas mãos dos carrascos e gritarem, “crucificai-os” pois, o cristianismo como disse Marx “a religião é o ópio do povo“.
A admoestação para todo aquele que profere, adere e mantem-se o evangelho é o mesmo do apóstolo Paulo aos fraternos perseguidos da igreja de Roma, sob o regime de Nero, é que “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (Rm 8:18). Nos afastamos em disparada para um desfecho que como cristãos sabemos o que nos aguarda, mas para muitos que são apenas sectaristas do mestre (Jo. 6:66-67), prontamente, O abandonarão, justamente por fobia do que poderá lhe acontecer. Estamos numa enorme insano ambívio, e nesse ponto X, será o divisor de oceanos para muitos (Ml. 3:18). Aqui não é nenhuma prognose ou presságio dos acontecimentos vindouros, mas um elementar e tênue análise de que poderá acontecer se realmente a palavra de Deus é a verdade e se esperamos ou não o cumprimento das escrituras sagradas. Uma coisa é certa, e isso independentemente, do que pensamos ou achamos que, “….toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai…” (Fp. 2:10-11)” .
JOÃO ABRANTES, bacharel em direito, ministro evangélico, professor, contador, teólogo, colunista, pós graduado em políticas públicas e ciências políticas, palestrante, funcionário público. Email: jabrantess@gmail.com