O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), esteve nesta quarta-feira (9) na Câmara dos Deputados para falar sobre o voto impresso.
Em sua fala, porém, o ministro atacou o que ele chama de “milícias digitais que disseminam o ódio” e usam a religião, no caso, o cristianismo, para atacar seus opositores.
“Escrevem coisas horríveis. Tem uma espécie de cristianismo do mal no Brasil, uma inovação horrorosa, em que o sujeito fala: ‘Em nome de Deus, eu quero que você morra, em nome de Jesus, eu quero que sua família seja destruída’. Quer dizer, é tão absurdo isso, pessoas totalmente do mal que invocam a religiosidade das pessoas”, declarou.
Tendo um pai católico e mãe judia, o ministro disse que leu o Antigo e Novo Testamentos e que mesmo assim sempre que fala sobre livros em suas redes sociais recebe mensagens de que ele deveria ler a Bíblia e Constituição Federal.
Voto impresso
Barroso foi ouvido na Comissão Geral que debate duas propostas de emenda à Constituição (PECs) em discussão na Câmara que tratam de temas eleitorais: a PEC 125/11, que proíbe eleições próximas a feriados, mas terá o parecer ampliado para incluir temas da reforma eleitoral; e a PEC 135/19, que prevê a adoção de urnas eletrônicas que permitam a impressão dos votos para possibilitar a auditagem das eleições.
Barroso sempre se expressou contrário ao projeto de voto impresso e disse aos deputados que aprovar tal projeto seria criar problemas.
“A introdução do voto impresso seria uma solução desnecessária para um problema que não existe”, disse Barroso. “O voto impresso é sinônimo de recontagem [de votos] e de problemas.”
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados