A média de desemprego deve saltar de 6,9% no ano passado para 10,5% em 2016, segundo projeções dos bancos Fibra e BNP Paribas. “Estamos caminhando rapidamente para uma taxa de desemprego de dois dígitos”, afirma Marcelo Carvalho, economista-chefe para a América Latina do banco BNP Paribas.
Segundo os economistas do Banco Fibra Cristiano Oliveira e Camila de Caso, a projeção está em linha com a teoria econômica que indica que o mercado de trabalho mostra defasagens em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) em determinado ciclo econômico.
“Prevemos piora adicional do mercado de trabalho nos próximos dois anos, mesmo com a estabilização e leve crescimento esperado para o PIB a partir do segundo semestre de 2016”, afirmam os economistas do Fibra, que preveem avanço da taxa média de desemprego para 12,5% em 2017.
Marcelo Carvalho, do BNP Paribas, acredita que o indicador deve desacelerar para 10,1% no próximo ano. Apesar da ligeira melhora prevista para 2017, Carvalho diz que “o quadro de desemprego não é alentador”, diz.
As estimativas levam em consideração a Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) feitas em seis regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife.
Pior janeiro desde 2009
O primeiro levantamento do ano sobre mercado de trabalho do IBGE mostra que o desemprego segue crescente. A taxa de desocupação do país subiu de 6,9% em dezembro para 7,6% em janeiro. O resultado é o pior para o mês de janeiro desde 2009 (8,2%).
No mesmo mês do ano passado, o nível de desemprego era bem menor, com taxa de 5,3%. O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado ficou estável em 11,6 milhões de pessoas na comparação mensal. Em relação a janeiro de 2015, houve retração de 2,8%.
A população desocupada aumentou 8,4% em janeiro na comparação com dezembro e avançou 42,7% ante o mesmo mês em 2015, alcançando 1,9 milhão de pessoas à procura de trabalho nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre e Recife.
A população ocupada caiu 1% na comparação com dezembro e recuou 2,7% na comparação anual, com 23 milhões de pessoas com emprego. Com informações O Financista