Da Redação JM Notícia
No início da ordem do dia desta quarta-feira (4), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou um documento denominado “Manifesto em defesa da democracia”, assinado por vários senadores. Segundo o documento, o Brasil tem enfrentado nos tempos recentes um dos seus maiores desafios, que é defender o regime democrático. O senador disse que o país precisa combater ideias autoritárias ventiladas nas redes sociais e em setores da sociedade civil.
— Esse momento grave exige a união de todos aqueles comprometidos com o processo democrático — destacou o senador.
Para a senadora Lídice da Mata (PSB-BA), o centro do debate hoje é a defesa da democracia. Ela informou que vários partidos se reuniram nessa terça-feira (3) para discutir um documento com o mesmo teor de defesa democrática. Na visão da senadora, a Constituição deixa clara, por exemplo, a inocência até o trânsito em julgado.
— Temos a obrigação de defender a Constituição que construímos — declarou a senadora, lembrando que ela e outros colegas foram parlamentares constituintes.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que o manifesto à nação é o “mínimo que temos de fazer”. Segundo Gleisi, a democracia está entrando em degeneração e se exige uma reação “antes que seja tarde demais para as conquistas democráticas”. Já a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lamentou a repercussão, nos últimos dias, de várias manifestações duras e antidemocráticas. Para Vanessa, o momento atual é delicado. Daí, a importância do documento que defende a Constituição e o estado democrático de direito.
— Não podemos permitir que o discurso de ódio tome corpo — pediu a senadora.
General
O senador José Medeiros (Pode-MT) disse ver “muita espuma” e “muita arenga” sobre as declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Em sua conta no Twitter, nessa terça-feira (3), o chefe do Exército registrou: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.
Na visão de Medeiros, o general é um defensor da Constituição e é conhecido por sua serenidade. Na mesma linha, Magno Malta (PR-ES) afirmou que o general escreveu palavras patrióticas, que não desrespeitam o pensamento da esquerda. O senador ainda disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) não crie “uma mula de sete cabeças”, ao revisar a prisão em segunda instância, pois poderá chegar o tempo em que um ministro do STF “não vai conseguir andar na rua”.
— O general está respeitando a Constituição, diferentemente do STF que escarra na Constituição — afirmou Malta.
Na opinião do senador Jorge Viana (PT-AC), a manifestação do general foi infeliz e em um momento inadequado. Jorge Viana disse, porém, acreditar no sentimento pátrio do general. Ele ainda pediu que o Supremo faça valer a Constituição e garanta a presunção da inocência prevista na Carta Magna. Para o senador, o Brasil precisa de calma e moderação.
— O Brasil precisa de mais sensatez. Essa coisa de ficar xingando uns aos outros não leva a lugar nenhum — declarou o senador.