O general da reserva Antônio Mourão mandou um recado ao Governo do Presidente Michel Temer (MDB), afirmando em entrevista à Folha de São Paulo, deste domingo, 27, que “Se o governo não tem condições de governar, vai embora, renuncia. Antecipa as eleições, faz qualquer coisa, mas sai do imobilismo dele”, disse o militar.
O general afirmou, porém, que não concorda com uma ação militar contra o governo federal para encerrar a crise política em que passa o país nos últimos anos, e disse que há grupos dos dois lados pedindo uma ação das Forças Armadas contra o governo, e lembrou que ação como esta, só sabe como começa, entretanto, não se sabe como terminam.
“Tem gente que quer as Forças Armadas incendiando tudo. E a coisa não pode ser assim, não pode ser desse jeito. Não concordo. Soluções dessa natureza a gente sabe como começam e não sabe como terminam. Acho que a coisa tem que ser organizada, concertada”, disse Mourão.
O militar afirmou também que a greve prejudica serviços essenciais, que a população está se tornando refém e lembrou que o país não pode entrar no caos:
“Eu não defendo que o país entre no caos. O país não pode entrar no caos. Não podemos aceitar o caos. Vai ser prejudicial para todos. A partir do momento em que começar o caos, aí entra a violência. E não sabemos como vai terminar isso. Tem que garantir os serviços essenciais. Você [greve] está tornando a população refém. Tem pessoas com filhos em colégios que amanhã não sabem se vão para a escola. É uma situação muito ruim”, disse Mourão.
No ano passado, quando estava na ativa na secretaria de finanças do Comando do Exército, Mourão falou, durante uma palestra em Brasília, em impor uma solução para a crise política no país caso o Judiciário não atuasse. Em março passado, ele passou para a reserva do Exército. Na entrevista neste domingo, Mourão disse que a crise pode ser superada se o governo federal “tomar uma atitude séria”.
Mourão finalizou dizendo que o Governo do presidente Temer, vive uma crise de “credibilidade, autoridade e confiança.
Com informações Folha de São Paulo