No Tocantins, o mês de julho é associado à temporada de praias, férias e ao que se convencionou chamar de verão tocantinense. É uma época em que muitas pessoas se deslocam para as proximidades de rios e lagos, locais ideais para a propagação do mosquito Anopheles, transmissor da malária. Apesar de não ser esperado o mesmo fluxo de pessoas nesses lugares este ano, por causa da pandemia, a Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses de Palmas (UVCZ) alerta sobre as medidas preventivas que devem ser tomadas pelos viajantes.
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Segundo a bióloga da UVCZ, Lana Rúbia, a malária representa um grande desafio para a saúde pública no Brasil, especialmente na região amazônica, onde se concentram cerca de 99% dos casos. O Tocantins faz parte dessa região, apesar de ser o Estado com o menor número de notificações. “Em Palmas, embora não tenha registro de casos autóctones (locais) desde 2006, o vetor está presente e o município recebe muitos casos de outros estados”, afirma a bióloga.
De acordo com dados da UVCZ, o número de casos importados de malária tem variado ao longo dos anos. Em 2019 foram notificados 68 casos, sendo oito de malária por Plasmodium vivax, uma das seis espécies de protozoários que provocam a malária. No ano de 2020, foram identificados 11 casos, dos quais dois positivos, um por Plasmodium vivax e outro por Plasmodium falciparum.
A doença é considerada grave, podendo provocar febre alta, calafrios, tremores, sudorese (suor excessivo), dores de cabeça recorrentes, náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite. Esses sintomas podem se agravar, levando à prostração, alteração da consciência, convulsões, hemorragias e outras complicações. Se não for tratada a tempo, a malária pode ocasionar até a morte.
Ainda não existe vacina disponível para evitar a patologia e, por isso, a melhor atitude contra a malária continua sendo a prevenção. A UVCZ orienta que ao aproximar-se de regiões endêmicas do mosquito, é importante usar repelentes, roupas claras e que cubram os braços e pernas nos ambientes de exposição elevada. Em acampamentos próximos às matas e rios é recomendável o uso de protetores conhecidos como mosquiteiros, além de prestar atenção nos horários de maior incidência do mosquito, ao amanhecer e no final da tarde.
A malária não é contagiosa. Mesmo sendo uma doença grave, quando o diagnóstico é feito rapidamente, os tratamentos à base de antimaláricos são capazes de curar.