O salário mínimo necessário para suprir as necessidades básicas de uma família de quatro pessoas no Tocantins, sendo dois adultos e duas crianças na faixa etária de 10 anos, seria de R$ 2,4 mil. Segundo o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia do Tocantins (Corecon), Vilmar Carneiro, o reajuste de 11,68% no salário mínimo servirá apenas para recompor as perdas salariais. O novo valor começa a vigorar nesta sexta-feira (1º).
Se planejar e fazer um levantamento de todos os gastos é fundamental para manter o equilíbrio do orçamento (Foto: Valéria Oliveira/ G1)
O reajuste no salário mínimo é praticamente o mesmo do aumento registrado no custo da cesta básica em Palmas. Isso porque, conforme pesquisa do Corecon, em novembro houve um aumento de 11% no valor da cesta, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Conforme o levantamento, o custo da cesta básica de uma pessoa no mês de novembro deste ano foi de R$ 301,71, o que corresponde a 38% do salário. Assim, para uma família com dois adultos e duas crianças atender as necessidades alimentares básicas seria necessário gastar R$ 905,13.
Mínimo
O novo mínimo foi anunciado no dia 29 de dezembro pelo Governo Federal. O valor de R$ 880 é R$ 92 acima do piso nacional atual. Valor que é insuficiente para as necessidades básicas, conforme Vilmar Carneiro. “O valor do aumento, 11,6 %, veio para recompor as perdas salariais, ou seja, não há um aumento real. Esse reajuste vai servir para recompor a inflação e as perdas.”
Salário ideal
Segundo Carneiro, pesquisas feitas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos socioeconômicos (Dieese) consideram que o salário mínimo ideal para o brasileiro seria entre R$ 3.240 e R$ 3,4 mil.
Ainda de acordo com o economista, o salário mínimo necessário para o tocantinense é menor do que em outros estados porque há algumas diferenças regionais. “Diferente do eixo Rio-São Paulo, as pessoas aqui têm acesso a alimentos sem custos. Conseguem trazer de uma chácara, ganhar alguma coisa do vizinho, coletar frutos do cerrado. Itens que são mais difíceis em outros locais e não são comprados. Ou seja, isso reduz o custo das cestas básicas.”
Todavia, conforme o economista, um reajuste maior no salário mínimo tornaria impossível a manutenção da máquina pública. “O impacto é uma montanha de recursos para a economia. Então não poderia aumentar 30%, 40% porque o estado não daria conta de cumprir com as obrigações das pessoas que vivem com benefícios e dos encargos com o trabalhador.” Com informações G1/TO