Por Aaron Myers – Coalizão pelo Evangelho Brasil
Uma das responsabilidades mais desafiadoras é denunciar a má conduta de um ministro. Os ministros devem possuir o mais alto caráter moral (1Tm 3.1–7; Tt 1.6–9) e devem servir de exemplo para os crentes (1 Tm 4.12). Os ministros são instrumentos designados por Deus para declarar sua Palavra à sua igreja e ao mundo, e devem, portanto, ser dignos de confiança (1Co 7.25), tendo bom testemunho dos de fora (1Tm 3.7).
Consequentemente, quando um ministro é considerado culpado de uma falha moral, o dano pode ser catastrófico. Dependendo da natureza da falha e o alcance da informação, não somente a reputação do ministro pode ser prejudicada irremediavelmente, mas a reputação de sua igreja — bem como sua pureza e paz — também podem ser seriamente prejudicadas. Denunciar uma má conduta ministerial aos líderes da igreja pode ser difícil e intimidador; contudo, para a saúde da igreja, para a recuperação do ministro e para a glória de Deus, isto necessita ser feito.
Existem muitas perguntas: quais pecados necessitam ser denunciados? Quando é que isso deve ser feito? Como isso pode ser feito? Certamente, nem todo pecado que um ministro comete deve ser denunciado aos líderes da igreja. Afinal, Salomão ensina que a glória do crente é perdoar as injúrias (Pv 19.11). E da mesma forma, Paulo nos diz “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” (Cl 3.13).
Que Tipos de Pecados Devem ser Denunciados?
Existem três categorias de falha moral que devem ser denunciadas.
1. UM PECADO PERSISTENTE
Quando um ministro comete o mesmo pecado vez após outra, após ter sido confrontado a sós — o que deve acontecer se apenas algumas pessoas estão cientes dele (Mt 18.15) — isso deve ser denunciado. A razão disto é que os ministros devem ser irrepreensíveis (1 Tm 3.2; Tt 1.6) e ser irrepreensível significa ser isento de culpa.
Obviamente, isso não significa que os ministros são inocentes de qualquer pecado, mas sim que eles não podem ser caracterizados por algum pecado específico. Os ministros devem ser marcados pela piedade, e a piedade inclui o arrependimento, e o arrependimento envolve não apenas confessar o pecado, mas também abandoná-lo (Pv 28.13). Alguns exemplos comuns de pecados persistentes são mentir, ser briguento ou usar pornografia.
2. PECADO PÚBLICO
Sempre que um ministro for culpado de cometer algum pecado conhecido por mais do que algumas pessoas, isso deve ser denunciado. Isto não é somente porque os ministros devem ser irrepreensíveis, mas também porque a liderança da igreja deve lutar pela pureza e pela paz da igreja e o pecado público de um ministro tem o potencial de prejudicar seriamente a pureza e a paz da igreja.
Publicado originalmente em Coalizão pelo Evangelho no Brasil
Traduzido por Marcos D. Muhlpointner
Aaron Myers é pastor da Providence Presbyterian Church (PCA) em Edwardsville, Illinois, EUA.