O líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA), disse que a oposição aproveita o impeachment para rediscutir as eleições de 2014. “Temos acompanhando, ao longo desse debate, um festival de discursos com conteúdo panfletário na tentativa de manter o palanque que se encerrou na eleição de 2014. Está fora de tempo, fora do lugar”, comentou.
Os discursos políticos, segundo ele, confirmam que não há critério técnico para embasar o pedido de afastamento da presidente Dilma Rousseff. “O relatório não consegue apresentar uma linha que justifique o encaminhamento do impeachment com base na Constituição”, afirmou.
Luciana Santos voltou a defender que não há crime de responsabilidade. “Depois de tantas horas de debate, está comprovado tecnicamente e juridicamente que não há nenhum crime de responsabilidade imputado à presidente. O que está em jogo é o futuro do País, a quebra da institucionalidade”, sustentou.
Pedalada é crime
Por sua vez, o líder do PSC, deputado Andre Moura (SE), rebateu as críticas do PCdoB. Ele argumentou que o relatório em discussão traz evidencias documentais de que a presidente, de forma consciente e recorrente, recorreu às pedaladas fiscais e violou a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Os fatos são claros, as pedaladas fiscais infringem, sim, a lei. Os argumentos da presidente estão desmascarados. Por mais que se tente tapar o sol com a peneira, crime é crime”, opinou.
Moura acrescentou que a bancada do PSC vai votar em peso a favor do impeachment, na comissão e no Plenário. “Atendendo ao clamor do povo brasileiro, a bancada, de forma unânime, votará a favor do impeachment para dar um basta a esse sistema perverso de corrupção que está ai”, afirmou. A inflação, a recessão, o desemprego e os escândalos do mensalão e do petrolão, continuou Andre Moura, também são motivos para afastar a presidente do cargo. “Apropriou-se de bem público para fins particulares.”
Para o deputado Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), os contrários ao impeachment têm “mentes golpistas”. Ele citou jornais que noticiaram o golpe militar de 1964, dizendo que Ulysses Guimarães, conhecido democrata, votou a favor do general Castello Branco. “Se deixarmos a esquerda ditar e reescrever a história, amanhã todos nós seremos taxados de golpistas porque, nessa mente doentia, acreditam que somos golpistas”, defendeu.
O parlamentar condenou ainda o programa Mais Médicos, que trouxe médicos cubanos ao País; os investimentos na Nicarágua; e elogiou a Venezuela, por ter elegido maioria parlamentar contrária ao governo chavista de Nicolas Maduro. Com informações Agência Câmara