Da Redação JM Notícia
Entre os dias 26 e 29 de julho aconteceu no Rio de Janeiro o 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, evento com foco no fortalecimento do Sistema Único de Saúde em todo o País. Profissionais da rede de saúde de Palmas estiveram no evento para apresentar alguns projetos de saúde desenvolvidos na capital.
Entre eles está a pesquisa desenvolvida pelo secretário de Saúde, o enfermeiro Whisllay Bastos, e o médico Nésio Fernandes, sobre a Inovação Tecnológica na Vigilância de Casos e Contatos de Hanseníase em Palmas – Tocantins.
O projeto mostra como a implementação de um Sistema de Informação em Saúde, voltado para as necessidades do nível local, tem contribuído para tomada de decisão em tempo oportuno, para a localização dos indivíduos afetados pela hanseníase e seus contatos, favorecendo o atendimento adequado a cada indivíduo.
Para Bastos, o fluxo para processamento de informações epidemiológicas no sistema que registra esses dados segue um percurso administrativo, longo e burocrático. “É curioso observar que, na era da computação, informações estratégicas, de doenças/agravos que requerem intervenções oportunas sigam armazenadas em pastas e gavetas, esperando transporte para outros níveis de intervenção conforme conveniência meramente administrativa”, observa explicando que, com a ferramenta criada pela rede de saúde de Palmas, os números de casos notificados cresceram e em contrapartida os pacientes identificados com a doença estão sendo tratados.
Em boa parte das mesas redondas contam com representantes do Tocantins, sendo eles da rede de saúde, dos movimentos sociais, organizações comunitárias, conselhos, ONGs, entre outros. O Abrasco 2018 reúne mais de quatro mil pessoas numa celebração de força política, memória e poesia.
A nutricionista, pesquisadora e coordenadora do Programa de Saúde do Trabalhador (PET/GraduaSus) da Fundação Escola de Saúde Pública de Palmas (Fesp), Milena Alves, fala que em um momento extremamente delicado da política brasileira, das inúmeras dificuldades que SUS passa, parar e discutir políticas e saberes para melhor organizar os recursos públicos, buscando garantir atendimento de qualidade a população é bastante gratificante. “Sabemos que todo este movimento de desmonte do SUS afeta diretamente os programas que garantem a saúde pública gratuita e de qualidade do Brasil. Então, estar aqui para fortalecer toda a discussão, participar deste momento democrático, melhora certamente a nossa visão de trabalhador engajado na defesa do SUS e alimenta a nossa vontade de fazer melhor”, relata.
Durante a abertura do Congresso, o presidente da Abrasco, Gastão Wagner de Souza Campos, agradeceu os mais de sete mil inscritos, ressaltando o papel da comunidade da Saúde Coletiva na realização do evento. “Cerca de 70% de financiamento deste congresso se deu com as anuidades e contribuições de associados. Em grande medida, esse 12º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva tem o papel de fazer avançar tanto a democracia na saúde, do movimento da Reforma Sanitária Brasileira e também da Abrasco, em particular”.
Ele destacou a natureza híbrida dos congressos da Abrasco, que junta o componente científico, fruto das investigações, estudos e pesquisas desenvolvidas em Saúde Coletiva com o caráter político. “A gente vem ao Abrascão para trocar ideias, discutir, aprender e tirar diretrizes e plataformas para nossa ação nos próximos anos em cada local, em cada sala de aula, em cada serviço de saúde e nossos movimentos sociais. A gente vem para recarregar nossa energia e confirmar para nós e para a sociedade que a esperança somos nós.”