Após uma recente decisão judicial proibindo a realização de cultos na Igreja Batista da Praia do Canto (IBPC), em Vitória, o pastor Usiel Carneiro de Souza (foto) optou por não liderar a celebração neste domingo (12) à noite. Ele destacou que sua permanência na comunidade depende do desejo dos fiéis, enquanto enfrenta contestações judiciais de um grupo de 25 pessoas. Apesar disso, mais de 400 membros expressaram apoio a Usiel desde que as divergências internas da igreja se tornaram públicas há pouco mais de um mês.
Durante uma transmissão ao vivo no Instagram pessoal, mais de 250 pessoas acompanharam o desabafo do pastor, que considera as ações contra sua liderança como perseguição. A nova decisão judicial, emitida na sexta-feira (10) à noite, agravou as sanções anteriores, impondo uma multa diária de R$ 10 mil pelo descumprimento.
Usiel, durante a transmissão, reiterou sua confiança na Justiça e refutou as acusações de desvio doutrinário, enfatizando seu compromisso com os princípios do Evangelho. Ele também pediu aos fiéis que não se deixem envolver pelo ódio, mesmo diante das acusações.
O pastor expressou surpresa com a nova decisão judicial, considerando a existência de um recurso em instância superior. Ele espera uma reviravolta na decisão, mas ressaltou várias vezes que permanecerá como pastor apenas se os fiéis desejarem sua liderança.
A crise na IBPC é impulsionada por uma disputa entre conservadores e progressistas, refletindo-se nas acusações de desvio doutrinário contra Usiel. O grupo de 25 pessoas, que recorreu à Convenção Batista Brasileira (CBB), alega que o pastor adotou práticas divergentes das doutrinas batistas, incluindo o acolhimento de pessoas LGBTQ+ na igreja.
Usiel defende sua postura inclusiva e atribui a discordância ao seu alinhamento político mais à esquerda. A disputa inclui uma batalha material, conforme o estatuto da IBPC prevê que, em caso de racha ideológico, um conselho formado por 15 pastores da CBB decide qual grupo segue corretamente as doutrinas batistas.
O grupo de 25 pessoas obteve uma decisão favorável da CBB, revertendo sua expulsão, alegando que são os defensores fiéis das práticas e doutrinas batistas. O processo judicial busca fazer cumprir o estatuto da instituição.
Com a celebração deste domingo liderada por outro pastor, Wagner, Usiel espera uma nova decisão judicial que o reconduza à igreja, mantendo a incerteza sobre seu futuro pastoral, dependendo da vontade dos fiéis.
Com informações AGazeta