O talk show global Conversa com Bial está com a audiência baixa e pode deixar a programação da Globo, já que não vem correspondendo e perde quase que diariamente para o The Noite de Danilo Gentili, talk show concorrente e exibido pelo SBT. Por isso tem apelado para pautas que agradam a grande massa: atacar os cristãos.
Na noite desta terça-feira, 23, o jornalista que comanda a atração entrevistou os convidados Luiz Bolognese e Aparecida Vilaça para comentarem as ações de missionários cristãos entre os índios no país. O que se viu foi um ataque ao trabalho desenvolvido pelos missionários.
Diretor do documentário “Ex-Pajé”, Luiz Bolognesi comentou o drama cultural vivido pela tribo Paiter Suruí durante o Conversa com Bial desta terça-feira, 23/10, ao lado da antropóloga Aparecida Vilaça – autora do livro “Paletó e Eu”. O filme e o livro abordam o mesmo tema: a exposição de índios de várias aldeias brasileiras à ação de missionários cristãos.
Bolognesi relata como os costumes e tradições daquele povo foram modificados com a chegada dos evangélicos, citando como exemplo a vestimenta pois o nudismo dos índios foi substituído por uma camisa de manga longa e grava.
+ Como o evangelho alcançou a brutal tribo dos “divisores de crânios” na Amazônia
“A igreja também condenou a nudez, considerando-a uma ofensa a Jesus. Colares típicos da cultura local só podem ser usados em festas. A chicha, que é uma bebida dos religiosos, e as canções também não são mais aceitas”, explica. Bolognesi afirma que os índios que não se convertem enfrentam perseguição religiosa e que muitos índios, quando estão doentes, procuram os pajés escondidos com medo dos pastores.
Em dado momento eles acusam as missões de destruírem a cultura indígena e levarem o preconceito as aldeias. “A destruição não é só do conhecimento natural, mas de toda uma filosofia. Você tem um mundo intelectual íntegro. É como se você queimasse toda uma biblioteca”, afirmou Aparecida.”, disse o antropólogo.
Bial ataca
Em outra parte do programa é apresentado o caso do ex-pajé Perpera, um indígena que foi convertido ao cristianismo, mas ainda tem resistências pessoais com a mensagem do Evangelho. Bial conversa com o convidado e chegam a dizer que como castigo ao índio, a igreja o colocou como zelador da igreja para que ele parasse de resistir a mensagem.
“Protagonista do filme de Bolognesi, Perpera foi obrigado a deixar a pajelança por conta da evangelização de sua tribo.”, conta Bial.
Aparecida falou sobre sua relação pessoal com o pajé Paletó, que faleu ao 85 anos em 2017, com quem conviveu por 35 anos.
Adotada pelo índio – que se tornou evangélico, a antropóloga explicou ainda como os ataques aos Estados Unidos do 11/9 influenciaram a conversão do povo da tribo Wari’.