Uma pesquisa veiculada pela Revista Exame, em 2018, revelou que as mulheres em situação de violência faltam 18 dias por ano no trabalho, tem 50% menos rendimento e capacidade de concentração e dessas, metade pede demissão ou é mandada embora.
Segundo o vereador Diogo Fernandes, presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Palmas, um levantamento feito pela promotoria de São Paulo entre 2014 e 2016, em Taboão da Serra, onde cerca de 30% dos processos, a vítima tentava desistir ou não denunciava antes por conta da dependência econômica.
Nas audiências, 25% das mulheres se declaram desempregadas.
“Foi pensando nisso que sugerimos o presente o projeto”, disse.
Diogo informa que uma mulher é agredida a cada cinco minutos no país. Segundo dados da ONU, sete a cada dez mulheres já foram ou serão estupradas no mundo durante a sua vida. E apesar dos 33 anos da primeira delegacia da mulher, 12 anos da Lei Maria da Penha, e três anos da lei do feminicídio, esses números escabrosos persistem.
“Propomos um programa para que possamos romper com este ciclo negativo em que muitas mulheres não denunciam o agressor por conta da dependência econômica”.
O Brasil é o 5º país com maior número de feminicídio, e 52% das mulheres não procuram ajuda.
“Por isso estamos criando esse programa para que tenham coragem de procurar ajuda e entendam a importância disso. Hoje temos a oportunidade de criar uma política público-privada, que é estruturante, com a união do setor público, atores da Justiça e empresas para combater o problema”, arrematou Fernandes.