Da Redação JM Notícia
Uma professora de história da Escola de Educação Infantil e Fundamental Tarcila Cruz de Alencar, em Juazeiro do Norte, no Ceará, foi afastada da sala de aula após dar aula sobre religião africana e gerar a revolta de pais dos alunos.
Segundo informações do site G1, três alunos passaram mal durante a aula, deixando a sala alegando sentirem forte dores de cabeça. Os pais dos alunos, ao saberem do caso, se manifestaram pedindo ações por parte da escola.
A professora Maria Firmino, 42 anos, declara que ao sair da escola algumas pessoas a ofenderam. “Quando eu ia saindo na calçada comecei a ouvir gritos de ‘sai satanás’, ‘vou pegar essa feiticeira’, ‘ninguém pode mais do que Deus’. Só via gente descendo de carro, gente olhando, populares vindo”, conta.
Ao declarar que é vítima de “racismo religioso”, a professora registrou um boletim de ocorrência e diz que tudo foi organizado pela escola por conta de sua religião. “Com certeza absoluta foi tudo organizado dentro da escola porque não queriam uma professora que fosse ligada a uma religião de matriz africana lá dentro. É racismo religioso”, afirma.
Ela se defende dizendo que a Lei de Diretrizes e Bases obriga o ensino da cultura africana nas escolas e declara que se for transferida para o setor burocrático irá se dedicar a colocar em prática o que diz a referida lei.
Ministério público cobra explicações da Secretaria de Educação
A Secretaria da Educação de Juazeiro do Norte declarou que ainda não foi procurada pela docente e que a profissional continua no exercício das suas funções, mas Maria Firmino declara que está afastada das aulas desde abril.
O Ministério Público Federal entrou no caso e pediu dez dias para que a secretária de Educação do município, Maria Loureto Lima, e a diretora administrativa da unidade de ensino, Cláudia Roberta Bezerra Lima, prestem esclarecimentos sobre o caso.
Já o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio da promotora de Justiça de Juazeiro do Norte Alessandra Magda Ribeiro Monteiro, registrou nesta quarta-feira (9) um Procedimento Administrativo, determinando que a secretária e a diretora administrativa prestem informações dentro de cinco dias.