É dito que os árabes só se unem em uma coisa: serem contra Israel. Mas se esse pacto de paz, como é chamado pelos israelenses, e denominado de normalização pelos árabes dos Emirados se concretizar, então esse ditado não poderá mais ser usado.
Francamente a nação de Israel desde seu nascedouro tem estendido suas duas mãos aos vizinhos árabes em busca de paz. Esse é o maior desejo dos israelenses. Não é coincidência que a palavra mais ouvida em Israel é Shalom (paz)!
O até então inimaginável e imponderável, está acontecendo nas terras dos filhos de Abraão. Não é a toa que o acordo chama-se “Pacto de Abraão”.
A Terra Prometida pode começar a ser a terra dos acordos. Os irmãos briguentos podem estar começando a fazer as pazes. Mas qual é o interesse? O que vão ganhar? Como tenho escutado de bons comerciantes judeus e árabes: “um bom negócio só é realmente bom quando ambos saem ganhando”.
O acordo
Em linhas gerais, o acordo entre o premier israelense Benjamin Netanyahu e o príncipe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos, Xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan, mediado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, foi apresentado de forma que pretende normalizar as relações diplomáticas entre os dois países.
As propostas colocadas na mesa incluem: acordos bilaterais sobre investimentos, turismo, voos diretos, segurança, estabelecimento de embaixadas, entre outros. Em contra partida, o país sionista teria que congelar seu plano de anexação dos territórios da Judéia e Samaria (Cisjordânia), com essa exigência os Emirados Árabes pretendem assegurar aos palestinos mais uma oportunidade de criação dos dois estados.
Novos acordos
A concretização desse “acordo histórico” de Israel com um país do Golfo Pérsico pode muito bem abrir as portas para a finalização de novos acordos com outros países árabes. Até agora Israel tem acordo pleno de paz com o Egito e a Jordânia.
Até o Líbano, que está em crise econômica e política agravada acima de tudo devido a grande explosão no porto de Beirute, com o saldo de mais de uma centena de mortos e algumas centenas de feridos, não está desconsiderando fazer um acordo de paz com Israel.
O acordo de cooperação prestes a ser assinado entre Israel e os Emirados Árabes Unidos pode desencadear uma série de outros acordos, informou o Jerusalem Post. E estes são os países potencialmente candidatos a isso: Bahrein, Omã, Marrocos, Arábia Saudita e Catar.
O Bahrein foi considerado o primeiro país do Golfo que poderia normalizar as relações com Israel. O pequeno reino frequentemente fez comentários positivos sobre Israel ao longo dos anos e pareceu aberto ao “Acordo do Século” da administração Trump, ao hospedar discussões sobre seus aspectos econômicos.
Em outubro de 2018, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez uma viagem a Omã e se encontrou com o sultão Qaboos bin Said. O ministro das Relações Exteriores de Omã, Yusuf bin Alawi, fez comentários positivos sobre a aceitação de Israel na região durante as discussões subsequentes em Manama.
O Marrocos é relatado como um dos estados na lista restrita de abertura de relações com Israel no curto prazo. Há uma comunidade judaica ativa no Marrocos, e o país tem feito alguns gestos nos últimos anos que mostram relações amigáveis entre pessoas, apesar dos laços diplomáticos estarem estagnados.
A Arábia Saudita parece estar mais aberta a Israel nos últimos anos. Isso aconteceu como resultado de vários processos. O reino está ameaçado pelo Irã e está lutando contra as forças apoiadas pelo Irã no Iêmen.
O Catar e Israel tiveram relações historicamente calorosas na década de 1990 e, anos atrás, foi considerado o primeiro na fila para a normalização. Isso aconteceu depois da Guerra do Golfo em 1991. Há um escritório comercial israelense lá desde 1996. O Catar, Israel e os Estados Unidos formaram uma espécie de relação tripartida em vista disso, segundo Notícias de Sião.
Disputa entre xiitas e sunitas
Não é novidade para ninguém a disputa milenar entre xiitas e sunitas pela hegemonia da religião islâmica e seu domínio territorial nos países árabes e de dominação muçulmana.
Nos últimos tempos o Irã, país de origem persa, mas com maioria de muçulmanos xiitas tem exercido influência política e econômica sobre outros países, se rivalizando com a Arábia Saudita, de maioria sunita, líder dos países do Golfo.
Temos contemplado nos atuais conflitos políticos no mundo islâmico esse pano de fundo religioso de disputa entre xiitas e sunitas. Como exemplo atual podemos citar as guerras civis na Síria ou no Iraque como sintomas do longo conflito entre Irã e a Arábia Saudita.
Irã e Autoridade Palestina contra
Logo após a declaração de um provável acordo entre os Emirados Árabes Unidos de maioria sunita, Teerã (capital do Irã) se declarou terminantemente contra, acusando os Emirados Árabes como traidores do mundo muçulmano.
Ao se aliarem ao governo judaico, segundo declaração do presidente do Irã, Hassan Rouhani, os Emirados Árabes se tornaram automaticamente “inimigos do mundo muçulmano”, além de terem cometido um “grande erro” e agora enfrentarão um “futuro perigoso”. Como se não bastasse as ameaças ao Emirados, o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã prometeu que haveria consequências perigosas para os Emirados Árabes e que o acordo iria acelerar a morte de Israel.
O chefe da Autoridade Palestina, Mohamad Abbas, declarou que os Emirados Árabes Unidos traíram o povo palestino. E o Hamas respondeu como lhe é característico: lançando foguetes e enviando balões incendiários indiscriminadamente sobre Israel.
A Profecia
As peças do tabuleiro profético, novamente começaram a ser movimentadas. O profeta Daniel diz que nos últimos dias um acordo de paz será feito com Israel: “E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Daniel 9:27), os passos até então estavam sendo percorridos timidamente, mas isso tudo pode mudar.
Como tem propagado vários artigos, esse acordo pode alavancar vários outros que por fim, como dizem, trarão uma paz sólida e duradoura para o Oriente Médio. Isso é o que veremos. A profecia de Daniel transcrita acima diz respeito ao povo judeu, à cidade de Jerusalém, às nações vizinhas, aos inimigos de Israel e é claro ao anticristo. Apontando para o período da Tribulação.
Soma-se a profecia de Daniel ao que vaticinou o apóstolo Paulo: “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão” (1 Tessalonicenses 5:3).
Portanto, só haverá paz real e duradoura com a manifestação do Sar Shalom – Príncipe da Paz (Isaías 9:6), o Messias – Jesus.
Por
Alexandre Dutra – Via Gospel Prime