Da Redação JM
Uma “batalha espiritual” entre evangélicos e praticantes de umbanda e candomblé foi gravada e divulgadas nas redes sociais e o resultado foi viral. As imagens mostram um grupo de pelo menos 30 evangélicos cantando e gritando palavras de fé contra cerca de 15 adeptos da Umbanda e Candomblé que faziam um ato no Cemitério de Maruí, no bairro Barreto, em Niterói.
O fato ocorreu no Dia de Finados e os vídeos postados na internet viralizaram.
Resultado
Após a polêmica, o babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, deu entrada com uma representação criminal junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) pedindo a instauração de ação penal para apurar responsabilidades criminal de integrantes da Igreja Ministério Redenção, no bairro do Barreto, em Niterói. O grupo evangélico é acusado pelos umbandistas de formação de quadrilha, perturbação de culto e intolerância religiosa.
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Segundo a denúncia feita ao MPRJ, durante encontro na última quarta-feira com o procurador-geral de Justiça interino, Ricardo Ribeiro Martins, a ação teria durado cerca de 30 minutos e foi assistida por 20 pessoas, além as vítimas. O embate foi interrompida após os umbandistas terem acionados guardas municipais.
—Não podemos permitir que nossa crenças ultrapassem o direito religioso do outro. A fé, o modo de culto, ou de expressar a religiosidade. A intolerância, a falta de alteridade e humanidade com outro, que crê e é diferente, são os grandes entraves para a construção de uma sociedade plural onde o respeito e a tolerância possam prevalecer — afirmou Ivanir dos Santos.
Segundo o babalaô, o procurador-geral de Justiça, Ricardo Ribeiro Martins, se comprometeu em agilizar e dar atenção para a investigação, e informou que iria encaminhar o caso para 6ª Procuradoria de Investigação Penal de Niterói da 2ª Central de Inquéritos.
Na denúncia, os umbandistas argumentam que a lei orgânica do município de Niterói prevê que nos cemitérios públicos da cidade são permitidas todas as confissões religiosas, bem como as práticas dos seus ritos. Além disso, a Lei 3.089 de 26 de junho de 2014 declara a umbanda como patrimônio imaterial daquele município.