Quatro cristãos ex-muçulmanos foram convocados a se apresentar na prisão de Evin, em Teerã, no Irã, para começar a cumprir os cinco anos de prisão da sentença deles. De acordo com o site de notícias britânico Article 18, as condenações aconteceram em outubro de 2019 pelo “crimes” de frequentarem igrejas doméstica e, assim, “agirem contra a segurança nacional”. Hossein Kadivar, Khalil Dehghanpour, Kamal Naamanian e Mohammed Vafadar entraram com recurso, mas na audiência de 25 de fevereiro de 2020, o pedido foi rejeitado.
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Ao lado dos quatro cristãos, outros cinco homens foram detidos. Eles são da mesma rede de igrejas domésticas na cidade de Rasht, que fica ao norte do território iraniano. Abdolreza Ali Haghnejad, Shahrooz Eslamdoost, Babak Hosseinzadeh, Mehdi Khatibi e Behnam Akhlaghi já cumprem as penas por não conseguirem pagar o alto valor da fiança estabelecido pelo juiz Mohammed Moghisheh, em resposta ao pedido dos réus para serem defendidos pelo próprio advogado. O magistrado, conhecido como “juiz da morte” pelo severo tratamento a prisioneiros de consciência, exigiu que fossem defendidos por um advogado escolhido por ele.
As prisões dos cristãos iranianos aconteceram durante uma série de incursões em casas e igrejas domésticas em janeiro e fevereiro de 2019. Os primeiros a serem detidos foram Hossein e Khalil, em 29 de janeiro; em 10 de fevereiro, Abdolreza foi abordado em casa; cinco dia depois, Kamal, Mohammed e Shahrooz foram presos enquanto participavam de uma reunião da igreja; no dia 23 de fevereiro, Babak e Mehdi foram detidos em duas igrejas separadas. Já Behnam foi convocado a comparecer no escritório da Guarda Revolucionária do Irã (Sepah). Todos estavam ajudando na liderança de diversas igrejas, porque o pastor deles, Yousef Nadarkhani, está detido.
Cristãos têm apelação adiada sem justificativa
Enquanto isso, as audiências de apelação do pastor Victor Bet-Tamraz, da esposa dele, Shamiram Issavi, e dos cristãos Hadi Asgari, Kavian Fallah-Mohammadi e Amin Afshar-Naderi foram canceladas novamente em Teerã, capital do Irã. A Portas Abertas noticiou os primeiros adiamentos da sessão. As justificativas anteriores foram que o tribunal estava “lotado demais”, o fracasso em convocar os réus e a designação de um novo juiz para o processo. Porém, desta vez não houve explicações sobre o atraso da audiência. Os réus esperaram o julgamento no Tribunal Revolucionário Islâmico em Teerã por muito tempo, até que os advogados apenas foram informados do adiamento, sem serem autorizados a entrar na sala.