Por Francisco Vieira
Os eventos de lançamento de pré- candidaturas começam a ser divulgados nos meios de comunicação. Alguns paraquedistas tendem a aparecer se portando como salvadores da pátria. Tem sempre o discurso do novo e citam planos mirabolantes que segundo os mesmos seriam a chave para o crescimento e desenvolvimento do estado. Só se esquecem de dizer que o estado Brasileiro está falido, não tem recursos. Esse discurso de salvação da pátria desmerece os milhares de servidores públicos concursados que são profundos conhecedores dos problemas e das soluções que poderiam ser usadas para melhorar a eficiência da gestão pública. O estado brasileiro possui milhares de doutores, mestres e técnicos e especialistas nas mais diversas áreas. Eles melhor que qualquer político são a chave para levantar a máquina pública. Porque não são ouvidos?
Esse fato de toda eleição surgirem salvadores da pátria demonstra a vaidade que permeia a elite politica. As figuras públicas realmente precisam de atenção para serem consideradas bem-sucedidas. As estrelas do cinema precisam de pessoas pagarem para assistir seus filmes, cantores também. Os políticos, da mesma forma, precisam que as pessoas lhes prestem atenção, mas mais do que isso, precisam tornar a atenção em votos reais. Eles só podem ter sucesso se as pessoas, de fato, gostem deles o suficiente para votar neles.
No entanto, sabemos que quando políticos atingem os mais altos níveis de seus campos, seus mundos começam a sofrer uma mudança radical. Eles entram em uma “bolha narcisista”, um pequeno universo autônomo onde aqueles que os rodeiam são empregados com o único objetivo de garantir que sejam felizes, bem alimentados e bem-gostados. Já não tem que cuidar de suas próprias tarefas domésticas da vida cotidiana, fazendo com que aqueles que estão no centro da bolha nunca experimentem as frustrações mundanas do povão. Eles não que ir para fila marcar consultas médicas no SUS, não tem que pegar o ônibus ou a Van para ir para o interior visitar familiares. Até as roupas tem assessor para comprar. Além de conseguir que essas tarefas sejam feitas para eles, seus ajudantes ainda filtram todos os problemas em volta e os protegem das notícias e críticas do mundo exterior.
Essa semana esteve em Palmas a ex-corregedora do CNJ. Numa entrevista à um órgão de imprensa a mesma disse que a lei não resolve a falta de ética dos candidatos e políticos, o que vai resolver é mudança na cultura do povo, que precisa aprender a votar. Então em 2018, cuidado com os salvadores da pátria que tem solução para tudo. Pense bem. Se fosse assim tão fácil resolver os problemas do estado, poderíamos eleger até um “poste”. E tenho dito.