Por Francisco Vieira Vieirinha
Interessante perceber que muitos políticos, inclusive aqui no estado tem se tornado populares ao negar o que são, ou seja, dizer que não são políticos, que são o novo e que eles são qualificados para substituir a velha política. Uma das premissas dos que se autoproclamam salvadores da pátria e líderes da onda de combate a corrupção é justamente varrer os “velhos políticos” e colocar gente que eles gostam no lugar. Se esquecem de dizer que não existe político que não é político. Imagina alguém que não sabe nem o que é plano plurianual, que não sabe o que é empenho, orçamento, que não tem experiência em gerir crises, tomando conta do governo, indo para o congresso. Não por acaso Tiririca que teve milhões de votos tem dito, segundo a imprensa, que não quer mais ser candidato ano que vem.
Quando lhe diziam que você não poderia ter um brinquedo quando era criança, a birra era inevitável. Você queria ainda mais que antes. Quando você era adolescente e seus pais disseram que você não poderia fazer alguma coisa, isso só alimentava seu desejo desafiador de desobedecer.
Qual é essa fixação no fruto proibido e por que controla tantos aspectos de nossas vidas? Será que algo ilícito é mais atraente? É nossa natureza humana competitiva que alimenta nosso desejo de ganhar, de ter poder. A classe política exerce isso com propriedade. Enquanto a lei diz não, eles não se importam e transformam o não em sim. Enquanto as ruas estão clamando por mudança, a maioria dos mandatários ignora.
O país tem assistido de forma nunca vista antes, as leis serem flexibilizadas para beneficiar políticos e poderosos. Perceba que agora os políticos tem a capacidade até de livrar seus pares da cadeia. Imagine você que a justiça manda prender e o Congresso, as Assembleias legislativas agora podem mandar soltar. Tudo dentro da interpretação constitucional aprovada pela Supremo. Talvez a necessidade mais profunda que as pessoas tenham seja ter controle das situações. Quando nos sentimos sem o controle, experimentamos uma tensão poderosa e desconfortável. Ao que parece os politicos não querem perde nem o controle, nem os mandatos.
Aqui no estado esta semana percebemos diversos fatos que reforçam o clima de campanha. As festas de aniversário de algumas das maiores cidades foram destaque e nos bastidores se percebe que muitos prefeitos estão de olho numa vaga nas chapas do ano que vem.
Resta saber quem terá coragem de largar o certo pelo duvidoso. As vezes o teste das urnas se prova traiçoeiro. Querer o que você não pode ter, pode ser um jogo sem vitórias. O problema principal é que muitos políticos nunca estão satisfeitos. A verdade é que constantemente se anseia por algo num ciclo interminável de busca por poder. Ano que vem muitos estarão tentado parecer ser o que não são, ou dizendo não ser o que são e tentando vender ao eleitor um produto que não podem entregar. E tenho dito.