Por Francisco Vieira – Vieirinha
Tempestades e furacões de proporção nunca vistas antes tem atingido com força os Estados Unidos e outras nações nestes últimos dias. Aqui no Brasil essa semana outro tipo de furacão abalou as estruturas da nação de uma forma impressionante. Primeiro veio o escândalo das gravações dos executivos da JBS. Só que desta vez ao invés de grampear políticos, eles acabaram que por descuido e arrogância gravando a si mesmos. Os áudios das conversas circulam livremente pela internet. Os que tiveram a oportunidade de ouvi-los no todo ou em parte, ficam em choque. O que se percebe é a falta de respeito, a prepotência, o acinte contra as instituições democráticas e por conseguinte contra o povo, do dono daquela que já foi uma das maiores empresas de produção de carne do mundo. Um homem que se auto-exilou em Nova York e que cruza os céus do mundo em jatinhos particulares. Em depoimento prestado ao MPF eles disseram que estavam bêbados e pediram desculpas. Mas o estrago foi muito grande.
De uma hora para outro os heróis da delação viraram bandidos. Este episódio serve para ilustrar o quanto o ser humano vê a si mesmo como direito e justo, quando na verdade está totalmente errado e fora do centro daquilo que é verdadeiro. Os delatores na verdade não pensam no bem da nação, mas somente em salvar a si mesmos e suas empresas. A sociedade sofre dois males: engano e ilusão. Esses dois ingredientes permeiam o mundo político.
Aqui neste espaço já havíamos alertado contra a pressa que muitos comemoraram as delações da JBS. Já havíamos dito que não existem heróis e que deveria haver cuidado em endeusar certas pessoas. Aos poucos se percebe que aqueles que acham que existem salvadores da pátria, estão percebendo que quem pode mudar o país somos nós mesmos, através de pequenas atitudes. Existe uma tendência em querer soluções mágicas, de achar que o outro pode resolver nossos problemas, que vamos ganhar na loteria, que alguém vai dar algo para gente. Por outro lado quando as coisas não acontecem adotamos o complexo de vitimas. Dizemos que a culpa é do governo, do político X. Então pensamos que se elegermos alguém que fez algo por nós no passado, nossa situação vai mudar. Ao invés de se avaliar o caráter, as propostas dos candidatos, queremos votar naqueles que temos afinidade. Por isso que a situação não muda. Essa propensão humana de por nossa confidência em fatores externos é o que causa o cenário político permanecer o mesmo. Será que 2018 vai trazer alguma mudança depois das fortes palavras do italiano Palocci? E tenho dito.