Por Francisco Vieira Vieirinha
A história do Tocantins é uma saga de lutas. Ao completar 29 anos não se pode deixar de reconhecer o papel daqueles que se empenharam para que o sonho virasse realidade.
Um líder efetivo é uma pessoa com paixão por uma causa maior que ela mesma. Alguém com um sonho e uma visão que algo pode acontecer. O Tocantins é fruto realmente disto. Todos os verdadeiros líderes abordam as coisas à sua maneira. Ser capaz de pensar de forma diferente é o que os distingue. Existem estilos de liderança – alguns são mais colaborativos outros são como o falecido Steve Jobs (co-fundador da Apple), conhecido por seu estilo autocrático.
O Tocantins precisou dos líderes que teve. Não fosse assim não teríamos nem o Estado, nem a capital Palmas. Não se pode deixar de reconhecer os méritos dos nossos pais fundadores. Ninguém respeita um líder que não sabe como tomar decisões. Houve momentos na história do Tocantins, como no caso da construção da ponte sobre o lago, em que uma liderança forte e decisiva foi necessária, para garantir que os movimentos certos fossem feitos. Para o Tocantins acontecer muitos tiveram que executar o seu melhor e foi preciso ser capaz de colocar retrocessos e erros para trás. Todas as sociedades de sucesso, são aquelas que reconhecem os antepassados e que valorizam a experiência dos mais velhos.
É da natureza humana se achar mais ‘sabido’ do que realmente é. Pessoas imaturas tendem a agir desta forma. Filhos adolescentes sempre acham que os pais são caretas e que não sabem de nada. Quando se tornam adultos e constituem suas próprias famílias percebem que estavam errados. No jardim do Éden, Adão e Eva se acharam mais espertos que Deus. É a criatura querendo saber mais que o criador. O livro de Gênesis no seu capitulo 11 descreve ainda outro episódio interessante quando os homens querendo ser mais espertos que Deus, resolveram construir a Torre de Babel. A intenção era chegar ao céu com a torre.
Está semana foi engraçado ler nas redes sociais, comentários daqueles que por vaidade acham que o Tocantins só melhorou depois que eles chegaram. Gostam de desmerecer a história de lutas e sofrimentos daqueles que chegaram aqui no começo, quando ainda não havia asfalto, celular, internet, selfies. Para aqueles que acham que os pioneiros são ultrapassados e não merecem crédito, basta refletir que os autores dos grandes clássicos da literatura são pessoas que viveram há muitos anos atrás. Os grandes gênios da música clássica viveram em outros tempos. Quando o mundo parecia fadado ao caos na segunda guerra mundial, foram líderes de cabelos brancos como Wiston Churchill que com sua sabedoria levou o mundo a liberdade.
O que é preciso nesta data é refletir sobre a importância do papel dos pioneiros na construção do Estado e desta cidade. O passado não pode ser apagado. Os que tentam desmerecer ou diminuir o papel daqueles que os antecederam, cometem um tremendo desserviço para história do Tocantins. Os marqueteiros e assessores de plantão deveriam orientar seus chefes a reconsiderarem suas práticas e a começar a respeitar os mais velhos. E tenho dito.