A Polícia Civil do Espírito Santo convocou os candidatos aprovados há 23 anos num concurso público.
“Desde pequeno meu sonho era ser policial. Tanto que eu fiz o concurso para Polícia Civil do Espírito Santo em 93“, disse o comerciante Gilberto Ewald.
Vinte e três anos atrás. Seu Gilberto teve prova física, aulas para lidar com armamento, primeiros socorros. Ele e mais de 1.200 candidatos passaram por tudo isso.
Foram aprovados e ficaram esperando a nomeação. No começo, havia vagas para 305. Porém, depois do concurso, uma lei estadual aumentou o número de vagas para 812, e quem fez o concurso ficou na maior expectativa de ser chamado e assumir o cargo de investigador.
As primeiras nomeações
Em 1998, cinco anos depois do concurso, saíram as primeiras nomeações. Alguns candidatos ficaram de fora e entrou na Justiça. A reclamação é que houve um erro na soma dos pontos da primeira e da segunda fase do concurso.
À medida que os candidatos conseguiam na Justiça a nomeação, outros candidatos também entravam na Justiça. Dessa forma, a classificação final do concurso foi alterada três vezes. Com tantas mudanças, teve candidato que se saiu melhor nas provas, mas foi nomeado depois.
É o caso do Robson.
“No meio dessas pessoas que impetraram na Justiça estava o último colocado no concurso. Aí que a gente também entrou na Justiça para buscar o nosso direito”, disse Robson Encarnação, administrador.
O resultado saiu no Diário Oficial, em dezembro. A nomeação de 56 pessoas para o cargo de investigador de polícia, 23 anos depois do concurso.
O secretário estadual de Segurança diz que esse pessoal terá que fazer um novo treinamento.
“A atividade policial é uma atividade complexa que exige um preparo muito específico. Infelizmente temos uma decisão judicial e vamos ter que cumpri-la, mesmo não concordando com ela”, disse o secretário André Garcia.
Depois do concurso Robson se formou em administração de empresa, seu Gilberto, que na época tinha 39 anos, montou uma loja de roupas. Hoje, aos 62 anos, Seu Gilberto se diz ainda muito disposto.
(JusBrasil)