O presidente estadual do Podemos, prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas, e o presidente do partido na cidade, Delegado Rérisson Macêdo, afirmaram, nesta quarta-feira, 10 de junho, que a Secretaria Segurança Pública não pode adotar ações claras de perseguição contra líderes políticos com mandato e representação partidária.
“Como deputado suplente diplomado e por ter exercido a titularidade do cargo, é claro o direito à livre manifestação do Delegado Rérisson. Estamos em uma democracia e o aparato estatal não serve para perseguições”, frisou Dimas.
Delegado Rérisson, que se licenciou do cargo da Polícia Civil para estar apto a disputar as eleições municipais deste ano em Araguaína, inclusive cotado para a chapa majoritária, foi surpreendido, na terça-feira, 9 de junho, por um documento da Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública informando a abertura de uma sindicância contra ele. A alegação: um post no Facebook com uma suposta referência desrespeitosa a um superior hierárquico.
“Estarrecido, procurei compreender do que se tratava tão grave acusação. Foi quando, para minha maior indignação, constatei que a conduta taxada de indisciplinada se tratava, tão somente, do exercício da minha garantia constitucional de livre manifestação de pensamento (art. 5º, inciso IV, da CF/88). Em 26 de fevereiro publiquei em meu perfil pessoal do Facebook minha opinião contrária ao desmantelamento da DEIC-Norte, por meio de mais uma decisão de desmanche da delegacia responsável por investigar corrupção em Araguaína e região. Na época, somando-se a tudo que o governo havia feito para atrapalhar o funcionamento dessa tão importante unidade, retiraram mais um dos seus delegados, enviando-o para a cidade de Wanderlândia”, destacou Rérisson.
Setor especializado
O pré-candidato lamentou, ainda, que a Secretaria de Segurança Pública passe a ter um setor especializado em fiscalizar redes sociais de delegados “para tentar amordaçá-los e acusá-los da forma mais arbitrária possível”. Segundo ele, esse setor, que é a Diretoria de Comunicação da pasta, “chefiado por uma jornalista de confiança do governo”, além de censurar as matérias contrárias aos interesses políticos dos seus chefes, também orquestra inquisições contra as autoridades policiais deste Estado.
“Em poucos dias, essa mesma jornalista requereu abertura de investigação contra os delegados Dr. Bruno Boaventura e Dr. Guilherme Rocha, na tentativa de puni-los por não se calarem diante da corrupção que assola o Tocantins e já virou assunto em rede nacional. Agora, usando dos mesmos artifícios, tenta atacar a mim, delegado de Polícia e suplente de deputado estadual”, frisou Rérisson, que tem 37 anos no serviço público, dentre os quais 19 anos na carreira de delegado de Polícia Civil.
Por sua vez, Dimas salientou que o Estado, ao invés de fazer perseguição política nos delegados, deveria ampliar os esforços para qualificar o trabalho da Polícia Civil, dando condições para que todos os tipos de crimes possam ser investigados. “Espero que o governador solicite ao secretário que reveja e retire essa notificação”, resumiu o presidente do Podemos.