A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) abertura de inquérito para apurar a queixa apresentada pela estudante de jornalismo Patrícia Lélis contra o deputado Marco Feliciano (PSC-SP).
Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal no início do mês, Patrícia acusou o parlamentar de tentativa de estupro. O caso foi remetido ao Supremo pelo fato de o deputado ter foro privilegiado.
Patrícia Lélis acusa Feliciano de tê-la agredido e forçado a ficar nua, mediante ameaças com uma faca, para fazer sexo com ele. O estupro teria sido impedido por uma mulher que, de acordo com o relato da estudante, bateu à porta do apartamento funcional do pastor quando ouviu seus gritos.
O jornalista Leandro Mazzini, do portal Uol, “será impossível provar o crime de estupro e agressão”, pois a estudante não registrou o Boletim de Ocorrência (B. O.) na data em que supostamente teria sido atraída pelo pastor ao apartamento. Além disse, “não há imagens de dentro do apartamento”.
“Ficará a palavra dela contra ele. Além disso, o principal álibi de Patrícia pode ter sido apagado – o vídeo do hall e do elevador do prédio de Feliciano, de competência da DEPOL da Câmara”, comentou Mazzini.
O jornalista Roberto Cabrini, do Conexão Repórter, do SBT, foi à Câmara dos Deputados e verificou que não há registro da passagem de Patrícia Lélis pela portaria do prédio onde está o apartamento de Feliciano. O mesmo programa mostrou que no dia 15 de junho, no horário que a estudante alega ter sido vítima do pastor, ele estava em reunião com o ministro do Trabalho.
PSC pede investigação
O partido de Feliciano, também acusado por Patrícia Lélis de omissão, comemorou seu indiciamento na Polícia Civil de São Paulo, onde a estudante agora pode ser processada por extorsão e denunciação caluniosa, quando acusou o antigo chefe de gabinete de Feliciano, Talma Bauer, de cárcere privado e coação.
“Patrícia passou de vítima a vilã da história ao viajar para SP e começar claramente a negociar muito dinheiro por seu silêncio na denúncia contra Feliciano por agressão, assédio sexual e tentativa de estupro no apartamento funcional em Brasília”, comentou Mazzini.
A assessoria de imprensa do PSC afirmou a Mazzini que defende “as investigações por todas as autoridades responsáveis e em todas as instâncias”, o que deverá acontecer nas próximas semanas.
Mitomaníaca
A informação de que Patrícia Lélis é portadora de um desvio chamado mitomania, que leva a pessoa à mentira compulsiva, caiu como uma bomba durante a última semana.
“Recebi documentos com laudo psicológico que diagnosticou a moça como ‘mitomaníaca’. Possui mitomania”, afirmou o delegado da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Roberto Hellmeister, em entrevista ao G1. “Ela é mentirosa compulsiva”, acrescentou.
O diagnóstico de mitomania teria sido feito por ocasião da queixa prestada por ela, em 2015, na Polícia Civil de Brasília, sobre um suposto estupro sofrido por ela quando tinha 15 anos de idade.