O pastor Riter José Marques de Souza, presidente da COMIEADEPA (Convenção de Ministros e Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Pará), enfrenta forte pressão dos principais líderes da instituição após o vazamento de um vídeo íntimo nas redes sociais. O conteúdo, que se espalhou no dia 1º de abril, provocou reações de diversos líderes e campos eclesiásticos da convenção.
Em nota, o pastor afirmou que o vídeo foi produzido em contexto privado, destinado à esposa, e divulgado ilegalmente após invasão digital. Disse também que está tomando providências jurídicas.
Apesar da defesa, o caso causou forte abalo entre igrejas filiadas. Embora a diretoria da COMIEADEPA tenha decidido, no dia 2, pela permanência do pastor na presidência, lideranças expressaram publicamente seu descontentamento com o episódio.
Campo Cidade Nova
A Assembleia de Deus do Campo Cidade Nova, liderada pelo pastor Jaime Pires, declarou não compactuar com escândalos públicos e repudiou “situações que envergonham o evangelho”.
Marabá
A Assembleia de Deus Missão de Marabá, presidida pelo pastor Sales Batista de Souza, publicou nota no dia 6 de abril reafirmando compromisso com os princípios bíblicos e informando que não apoiará “qualquer liderança considerada culpada por práticas não condizentes com a vida cristã e ministerial”. A igreja ressaltou que mantém apenas vínculo fraternal com a convenção, com autonomia em suas decisões.
“Seguimos convictos de que a verdade, santidade e a integridade diante de Deus e dos homens são fundamentos inegociáveis da vida cristã”, diz a nota.
Tucuruí
A Assembleia de Deus de Tucuruí, sob a liderança do pastor Océlio Nauar, atual vice-presidente da COMIEADEPA, também se posicionou. Em nota oficial, a igreja rejeita “qualquer tentativa de relativizar, normalizar ou encobrir práticas que desonram o ministério cristão”.
“Não coadunamos com tais práticas, nem com quaisquer tentativas de encobri-las”, afirma o texto.
Santarém
Mais recentemente, a Assembleia de Deus em Santarém, presidida pelo pastor Washington Alves Gomes, divulgou nota em 7 de abril. A igreja expressa “profunda tristeza e indignação” e reforça seu compromisso com a santidade, integridade e obediência à Palavra de Deus.
“Rejeitamos veementemente qualquer manifestação de imoralidade sexual ou comportamento que cause escândalo ao corpo de Cristo, bem como repudiamos a divulgação irresponsável de tais atos”, destaca o comunicado.
A nota também esclarece que a relação da igreja com a COMIEADEPA é estritamente fraternal, sem subordinação administrativa, e cobra medidas “tomadas com justiça, responsabilidade e sob a direção do Espírito Santo”.
Cenário indefinido
Com o aumento da pressão, há expectativa de que o pastor Riter Marques possa renunciar à presidência da entidade. O caso segue em destaque entre os ministérios da Assembleia de Deus no Pará, com repercussão em diversas regiões do país.