O pastor Aijalon Berto Florêncio, líder do Ministério Dúnamis no Estado do Pernambuco, foi alvo de mandados de busca, apreensão e prisão na última quinta-feira, 27 de abril. Ele é acusado de “intolerância religiosa” e por supostamente praticar o discurso de ódio. A ação foi realizada pela PM e pelo Ministério Público.
De acordo com informações da imprensa local, o pastor Florêncio teria descumprido ordens judiciais da Comarca de Igarassu, que haviam imposto censura contra ele por suas pregações denunciando a incompatibilidade das religiões de matriz africana com o cristianismo.
O pastor Aijalon é acusado de homofobia e racismo, por suas pregações biblicamente embasadas contra a prática homossexual. As denúncias remetem a publicações em redes sociais entre fevereiro e julho de 2021, que supostamente feriam a liberdade de prática religiosa e a “dignidade da coletividade”, de acordo com informações do portal JC.
Em uma das denúncias, o pastor é acusado de ofensa à “dignidade da coletividade” por associar pinturas alusivas às religiões afro-brasileiras como “feitiçaria” e “entidades satânicas”.
“O acusado atingiu a coletividade por meio do discurso de ódio fincado em preconceito à religião de origem africana, extrapolando, portanto, o direito ao proselitismo de sua crença ou à liberdade de expressão. Além disso, praticou o ato em rede social de elevado e indeterminado alcance, circunstância que agrava e qualifica a conduta”, apontou o promotor de Justiça José da Costa Soares.
Denunciado pelo Ministério Público, o pastor também enfrenta acusações de transfobia por fazer críticas a uma mulher trans ligada a uma ação da Prefeitura de Igarassu voltada ao tema.
Sobre o caso
Em um vídeo publicado no Instagram, Aijalon Heleno Berto Florêncio critica um painel artístico pintado no Túnel da Abolição, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, dizendo se tratar de “reverência a entidades satânicas”.
“Esse painel, na verdade, representa um ponto de contato com forças místicas intrinsecamente ligadas à feitiçaria, entidades reverenciadas nos terreiros, no Candomblé. Esse painel aí é, nada mais, nada menos, do que uma reverência a entidades malignas, satânicas, espíritos das trevas, à luz da palavra de Deus. Você precisa entender que essa palavra bonita ‘retorno à ancestralidade’ é, nada mais, nada menos, do que uma redescoberta dos poderes místicos das trevas que energizam o Candomblé, a umbanda e as religiões de matrizes afro”, disse o religioso.
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Com informações JC, Portal de Prefeitura e O Valor Assembleiano