Da Redação JM Notícia
O Ministério Público Federal, através do procurador regional eleitoral Alexandre Assunção e Silva, divulgou uma recomendação advertindo a Igreja Assembleia de Deus do Piauí para que não promova candidatos a cargos políticos nos cultos.
Ao comentar o caso, o pastor Nestor Mesquita, presidente da Convenção Estadual das Assembleias de Deus no Piauí (Ceadepi), disse que a recomendação foi “precipitada” e defendeu o direito das igrejas de receber os candidatos.
“É uma medida um tanto precipitada, por causa de visitas que estamos recebendo de alguns pré-candidatos. Mas qual é o mal que há em candidatos visitarem as igrejas ou qualquer associação? Qual é o mal? Eu não vejo proibição nenhuma. Até porque não há candidatos ainda, só pré-candidatos”, afirmou o pastor Nestor Mesquita ao jornal O Dia.
Segundo ele, a Assembleia de Deus do Piuaí criou um grupo que será responsável por “esclarecer” aos fiéis a importância do voto para a sociedade, mas não fará qualquer orientação sobre qual candidato se deve votar.
“Numa convenção que realizamos lá no bairro Poti Velho, tomamos a decisão de criar uma especie de conselho político para visitar as igrejas e orientar. Inclusive, nós temos até um irmão que é pastor e advogado, e a missão que foi confiada a ele dentro desse conselho é simplesmente para conscientização política dos membros da igreja. Mas os membros da igreja podem votar em quem quiserem. Só isso, nada demais”, afirma Nestor Mesquita.
O religioso está ciente de que a lei brasileira proíbe a propaganda política dentro dos templos, mas é contra proibir que os pastores que sejam candidatos falem isso abertamente aos fiéis. “Os pastores que são membros da nossa convenção podem dizer que são pré-candidatos. Agora nós não vamos é fazer propaganda”, conclui o pastor.