Uma exposição que marca o 100º aniversário do Partido Comunista da China pretende mostrar ao público sobre como o partido tem ligação com o cristianismo. A exposição é chamada de “Um Coração, Uma Virtude, Um Caminho: o Cristianismo Chinês Ama o Partido, o País e a Exposição Temática do Socialismo”. Ela foi organizada pela Igreja das Três Autonomia, aprovada pelo Estado em Xangai, e tenta contar a história de como os cristãos estavam envolvidos com o Partido desde seus primeiros dias.
Um dos cristãos comprometidos nos primeiros anos foi o pastor Dong Jianwu. A exposição destaca as atividades do líder, incluindo o de cuidar dos três filhos de Mao Tsé-Tung na ausência dele. “Os membros avançados da comunidade cristã sempre foram de uma mente e uma direção com o Partido, deixando uma bela marca e tendo um testemunho maravilhoso”, afirma a exposição.
A igreja na China existe para “contribuir para o grande objetivo de construir um país socialista moderno”, trabalhar e orar por “um amanhã brilhante e mais glorioso no próximo século sob a liderança do Partido Comunista chinês”, disse o presidente do comitê central da Igreja das Três Autonomias, pastor Xiu Xiaohong, durante a cerimônia de abertura.
O custo da harmonia social
O que os visitantes não aprendem na exposição é que o pastor Dong Jianwu mais tarde foi expulso do Partido e perseguido durante a Revolução Cultural. As evidências da distância que cresceu entre o Partido Comunista e o cristianismo apareceram nas semanas após a abertura da exposição. Como os cristãos em Xianxian, atingida por enchentes na província de Henan, que foram proibidos de fazer trabalhos de socorro imediato em nome da igreja ou da fé; e o encerramento de contas cristãs de mídia social por consequência da repressão do governo.
“Nos primeiros dias, os membros do Partido Comunista ficaram impressionados com a comunidade cristã amorosa e carinhosa. Tentaram alcançar o mesmo objetivo: estabelecer uma sociedade utópica por meio de movimentos sociais e a formação de novas instituições sociais. Durante os últimos 100 anos, no entanto, tais esforços chegaram a um beco sem saída. A recente prosperidade econômica e o avanço tecnológico falharam em trazer a esperada transformação social à China. E não há como alcançar uma verdadeira harmonia social de acordo com os padrões socialistas e nem nutrir um tecido social saudável através do amor gentil e sacrificial de Jesus Cristo”, finaliza um parceiro local da Portas Abertas.
Como é a perseguição aos cristãos na China?
A igreja na China continua a ter um forte crescimento; entretanto, a vida para os cristãos é tudo, menos simples. A política de sinização da igreja é implementada em todo o país, já que o Partido Comunista depende fortemente da identidade cultural chinesa para permanecer no poder e limita tudo o que percebe como uma ameaça ao seu controle sobre a sociedade.
A intensa pressão exercida cada vez mais sobre os cristãos pelo governo significa que a China saltou seis posições em relação à Lista Mundial da Perseguição 2020. Em apenas três anos, o país subiu 26 lugares, refletindo uma situação em rápida deterioração para os cristãos no país. A China ocupa o 17º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2021, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.
Está ficando cada vez mais difícil evitar ter que se alinhar com a ideologia oficial, mesmo para igrejas filiadas ao Estado. Muitas igrejas que enfrentam controle rígido do Estado se reorganizaram e se dividiram em grupos menores – uma tática que nem sempre as salvou de intrusões. Há relatos de que em algumas regiões as autoridades usaram a pandemia da COVID-19 para manter as igrejas fechadas, mesmo depois de não ser mais necessário por motivos de saúde.
O que a Portas Abertas faz para ajudar os cristãos na China
A Portas Abertas apoia os cristãos perseguidos na China por meio de discipulado e treinamento de sobrevivência à perseguição, e fornece literatura cristã contextualizada para cristãos ex-muçulmanos e ex-budistas.
Como posso ajudar os cristãos perseguidos?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, você permite que um cristão ex-budista, em um país asiático, receba capacitação para geração de renda durante dois meses.