Papa e líderes religiosos mundiais se unem contra o terror em nome de Deus

Da Redação JM

O líder da Igreja Católica teve uma reunião de três dias com cerca de 500 representantes do cristianismo, islamismo, judaísmo, budismo, hinduísmo e outras religiões. Foto: Reprodução

O papa Francisco e líderes de outras religiões globais disseram “Não à Guerra!” nesta terça-feira, prometendo se opor ao terrorismo em nome de Deus e fazendo um apelo aos políticos para que escutem o que foi chamado de “o grito angustiado de tantos inocentes”.

O papa voou de helicóptero para a cidade no centro da Itália que foi casa de São Francisco, o santo do século 13 reverenciado por muitas religiões como um patrono da paz e da natureza e um defensor do pobre.

O líder da Igreja Católica encerrou uma reunião de três dias em que cerca de 500 representantes do cristianismo, islamismo, judaísmo, budismo, hinduísmo e outras religiões discutiram como os seus membros poderiam melhor promover a paz e a reconciliação.

O papa Francisco, que fez dois discursos e compartilhou refeições com os líderes, afirmou que a indiferença ao sofrimento havia se tornado “um novo e profundamente triste paganismo” que leva alguns a dar as costas para vítimas de guerra e refugiados com a mesma facilidade com que muda o canal da TV.

Perto do final do encontro, integrantes de cada religião rezaram em localidades separadas e então se juntaram numa praça do lado de fora da famosa basílica onde São Francisco foi sepultado.

Orações foram dedicadas às vítimas de guerras, incluindo na Síria e no Afeganistão, e para os refugiados que fogem dos conflitos. Uma refugiada de Aleppo que mora na Itália disse ao papa ao final que o coração dela estava “aos pedaços”.

“Somente a paz é sagrada, e não a guerra”, disse o papa nascido na Argentina.

Discurso da unidade

O papa Francisco, líder dos 1,2 bilhão de católicos no mundo, rezou na basílica com Justin Welby, arcebispo de Canterbury, líder espiritual dos 80 milhões de anglicanos no mundo, e o com o patriarca Bartolomeu, líder espiritual de até 300 milhões de cristãos ortodoxos em todo o globo.

Num apelo final que representantes chaves assinaram e deram a crianças de vários lugares do mundo, eles prometeram “se opor a qualquer forma de violência e abuso da religião que busca justificar a guerra e o terrorismo”.

“Não à guerra! Que o grito angustiado de muitos inocentes não seja ignorado. Vamos pedir aos líderes dos países para desarmar as causas da guerra: a cobiça por poder e dinheiro, a ganância dos negociadores de armas, interesses pessoais e disputas por erros do passado”, afirmou o apelo.