Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que, caso eleito, vai retirar a Embaixada da Palestina do Brasil. O pré-candidato à presidência da República não concorda com o atual entendimento do governo brasileiro que reconhece a Palestina como Estado desde 2010, e por isso permitiu a instalação da embaixada palestina em Brasília.
Bolsonaro se mostra a favor de Israel e promete estreitar o diálogo com os israelenses, além de procurar aproximação dos Estados Unidos e com países da Europa.
Ataques
A fala do candidato pesselista irritou alguns palestinos, como por exemplo o presidente do Centro Cultural Árabe-Brasileiro, o empresário Ahmed Ramadan, que acusou Bolsonaro de “parceria” com Israel. Ahmed, disse em entrevista à Sputnik Brasil que o posicionamento do candidato do PSL em relação à Palestina reflete claramente a influência israelense sobre sua candidatura, uma evidente troca de interesses. Para ele, Bolsonaro, ao se envolver em polêmicas como essa, demonstra não entender a profundidade dos laços brasileiros não apenas com os palestinos, mas também com toda a comunidade árabe e muçulmana em geral.
“O Brasil é muito amado pelo povo árabe. Tem relações comerciais, esportivas, relação cultural com o Brasil. Aliás, a colônia árabe aqui no Brasil é muito forte. Mais ou menos, entre 20% e 30% dos brasileiros são descendentes de árabes. Não tem nenhum brasileiro que não tenha boas relações com árabes, de amizade ou descendência”, afirmou Ahmed, acusando o parlamentar de querer fechar as portas do Brasil para os países árabes em troca do apoio de Israel, o que, segundo ele, prejudicaria até a economia brasileira.
Também de acordo com o empresário, Bolsonaro vem mostrando com suas atitudes não estar preparado para se tornar presidente da República.
O palestino atacou Bolsonaro e o desqualificou para ser o presidente do Brasil: “”Ele, realmente, esse candidato, ele não tem cultura, ele precisa estudar. Precisa ter alguns assessores bem esclarecidos, que conheçam as causas, as relações. Está muito fraco, como presidente, nesse lado.”
“Mesma coisa. Ele quer destruir todas as relações do Brasil com o mundo árabe e países muçulmanos. Se ele passa a Embaixada do Brasil para Jerusalém, não vai ser só através dos palestinos um problema, nem mundo árabe, mas para todos os muçulmanos. Ele vai criar muitos problemas para o Brasil.”
PT e os Palestinos
Bolsonaro ligou o Governo palestino com o terrorismo e criticou as relações que Dilma Rousseff manteve com os palestinos durante seus mandatos.
“A Dilma negociou com a Palestina e não com o povo de lá. Você não negocia com terrorista, então, aquela embaixada do lado do (Palácio do) Planalto, ali não é área para isso”, disse.