A prefeitura de Araguaína, município localizado na região norte do Tocantins, afirmou na última semana, que devido a falta de vagas nos cemitérios públicos, a única solução é a cremação dos corpos.
O município ainda não se pronunciou sobre possibilidade de se criar um novo cemitério para atender a esta demanda, já que a prefeitura dispõe de prerrogativas para desapropriar áreas por interesse público.
O jornalista Alberto Rocha, afirmou por meio de artigo que a cremação “é muito sofrimento para quem já está morto”:
“Sempre pensei que no final da minha vida eu teria um tratamento mais digno. Mas não. Depois de pagar tantos impostos, agora eles resolvem me jogar num fogo com temperatura de 1000 ºC”.
Confira o artigo na íntegra:
Já me dá arrepios só em lembrar que estão querendo me incinerar, tocar fogo no meu corpo. Acho injusto! Que culpa eu tenho pela superlotação dos cemitérios? Mesmo que me queimem, uma coisa eu garanto: eles não vão decidir o dia da minha cremação.
Sempre pensei que no final da minha vida eu teria um tratamento mais digno. Mas não. Depois de pagar tantos impostos, agora eles resolvem me jogar num fogo com temperatura de 1000 ºC. É muito sofrimento para quem já está morto.
Não adianta espernear, eles já decidiram que vão me queimar. Já que vão tocar fogo em mim, pelo menos que o façam de forma ecológica; meu dióxido de carbono é fatal. Não quero que a minha fumaça contribua ainda mais para destruir a camada de ozônio.
Será se eu posso pelo menos escolher a forma como será a minha despedida? Parece que não.
Onde vão jogar as minhas cinzas? Coloquem as minhas cinzas numa urna biodegradável, coloquem terra, adubo e alguns dias a semente vai germinar. A vida que se foi renascerá das cinzas. Minhas cinzas podem virar uma árvore, ainda poderei ser útil, mesmo sem pagar mais impostos.
Onde vão jogar as minhas cinzas? Prefiro a Via Lago.
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Alberto Rocha é jornalista e teólogo.
Sem espaço para enterrar corpos em cemitérios de Araguaína, prefeitura diz que a solução é a cremação
Da Redação JM Notícia
Na última semana o JM Notícia publicou matéria que trata sobre a falta de vagas nos cemitérios públicos em Araguaína, uma situação que tem afligido diversas famílias na hora de enterrar seus entes queridos.
Nesta terça-feira (19) a prefeitura de Araguaína, por meio da Fundação de Atividade Municipal Comunitária (Funamc), afirmou que a solução do Município para superar a falta de espaço nos cemitérios públicos é a cremação.
A prefeitura afirmou que o Cemitério São Lázaro, tem mais de 38 mil sepultados, ao longo de mais de 60 anos. “O local já está totalmente ocupado”, disse a Funamc.
A Funamc no entanto, não informou se a prefeitura de Araguaína irá constuir um novo Cemitério Municipal para atender as demandas futuras:
“Aqui em Araguaína não temos a cultura de cremar os nossos mortos. Para quem não quiser cremar, hoje estão tendo que arcar com mais de 2 mil reais para enterrar em cemitário particular”, lamentou o vereador.
Outros cemitérios
Os outros três cemitérios comunitários da cidade, no Distrito de Novo Horizonte e nos setores Monte Sinai e Barros, foram construídos à época em áreas irregulares e passam por processos judiciais para regularização, segundo a prefeitura.
Câmara debate
A Câmara Municipal de Araguaína vai debater hoje, a partir das 14 horas, a situação da falta de vagas nos cemitérios públicos com a participação de representantes da Prefeitura de Araguaína.