Na saída do Palácio do Alvorada, na manhã desta quinta-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou o inquerito no Supremo Tribunal Federal (STF) e a ação da Polícia Federal de quarta (27), que investiga crimes de propagação de notícias falsas na internet.
O presidente afirmou que, devido aos cumprimentos de mandato da PF, ontem foi um “dia triste da nossa história”, mas que foi o “último”. “O povo tenha certeza, foi o último dia triste. Nós queremos a paz, harmonia, independência e respeito. E democracia acima de tudo”, afirmou o presidente a jornalistas.
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“Nunca tive a intenção de controlar a PF. Pelo menos [para] isso serviu para mostrar ontem. Mas obviamente ordens absurdas não se cumpre e nós temos que botar um limite nessas questões”, continuou o presidente, criticando a decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, de autorizar a ação.
“Com todo o respeito que eu tenho a todos integrantes do Legislativo, do Judiciário e do meu próprio poder, [mas] invadir casas de pessoas inocentes, submetendo a humilhações perante esposas e filhos, isso é inadmissível.”
O presidente disse ainda que em todas as instâncias existem pessoas que extrapolam suas funções, mas que elas devem ser contidas. “Comigo, quando acontece, eu tomo providência. Espero que o mesmo aconteça com os demais poderes”, afirmou.
“Quando alguém, repito, desvirtua no meu meio, eu demito. Quando do outro lado alguém se desvirtua já que é um ser humano como outro qualquer, já que não pode demitir que os outros o procurem e façam com que ele volte a ser humilde e [volte a] usar sua caneta ou seu voto para o bem do nosso país”, continuou o presidente.
Decisões monocráticas
Bolsonaro afirmou também que não é possível ter uma democracia no país sem um Judiciário e um Legislativo independentes. “Para que possam tomar decisões, não monocraticamente, por vezes, mas as questões que interessam ao povo como um todo, que tomem, mas de modo que seja ouvido o colegiado”, afirmou.
Nesse momento, o presidente usou um palavrão para mostrar sua indignação com a situação. “Acabou, porra! Me desculpe o desabafo, acabou. Não dá para admitir mais atitudes de certas pessoas individuais, tomando quase de forma pessoal certas ações. Nós somos um país livre e vamos continuar livres, mesmo com o sacrifício da própria vida.”
Ele afirmou que não pode ser admitido, nem no Executivo, nem no Legislativo e nem no Judiciário que decisões individuais sejam tomadas em nome de todo o Poder.
“Por favor, não pensem em corporativismo, pensem na instituição que é sagrada, respeito o STF, respeito o Congresso Nacional, mas para esse respeito continuar sendo oferecido da minha parte tem que respeitar o Poder Executivo também.”