A Ordem dos Ministros Evangélicos de Palmas (OMEP/TO) divulgou nota oficial em que manifesta repúdio ao Projeto de Lei 2234/2022, que propõe a legalização dos bingos, cassinos e do jogo do bicho em todo o território nacional. A entidade, que reúne pastores e líderes religiosos da capital tocantinense, considera a proposta um ataque direto aos valores morais, espirituais e sociais que sustentam a família brasileira.
Assinada pelo presidente Sebastião Tertuliano Filho, a nota aponta que a indústria dos jogos de azar é baseada em um sistema exploratório, que se vale da fragilidade emocional de milhões de brasileiros. Segundo a OMEP, trata-se de um mecanismo que promove vício, compulsão, dívidas e desestruturação familiar.
Entre os principais argumentos, a organização menciona estudos nacionais e internacionais que relacionam a liberação dos jogos com o aumento de jogadores compulsivos, especialmente entre jovens, e o crescimento de problemas de saúde mental, como depressão e suicídio. Também há menção ao avanço da criminalidade, da prostituição e da lavagem de dinheiro em regiões onde o setor foi legalizado.
“Mais de 40% dos jogadores compulsivos iniciam na juventude”, destaca a nota. “Em vários países, a legalização resultou na explosão do endividamento familiar, afetando diretamente a qualidade de vida da população mais pobre.”
No campo espiritual, a OMEP afirma que o jogo fere princípios cristãos fundamentais, como a honestidade, o esforço pessoal e a confiança na provisão divina. Para a entidade, os jogos alimentam ilusões de riqueza fácil, promovem a ganância e desviam o coração humano de propósitos mais elevados.
A nota cita o versículo bíblico de Provérbios 13:11 — “A riqueza adquirida às pressas diminuirá, mas quem a ajunta pouco a pouco terá aumento” — como um contraponto aos valores propagados pelos jogos de azar.
A entidade também reforça seu compromisso com a preservação da dignidade humana e a proteção de jovens e adolescentes. “Nosso papel é lutar contra tudo aquilo que destrói a base da sociedade: a família, a fé e a responsabilidade”, afirma o documento.
Ato público em Palmas
Como forma de mobilização, a OMEP convocou a sociedade civil, igrejas, lideranças religiosas e cidadãos a participarem de um ato público nesta quarta-feira, 28 de maio, às 15h, na Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins. O objetivo é pressionar parlamentares a votarem contra o projeto.
Sob o lema “Não ao jogo – sim à vida, à família e ao temor de Deus”, os organizadores esperam reunir diversos segmentos da sociedade em defesa de uma pauta que, segundo eles, transcende a religião e atinge o cerne da estrutura social brasileira.
O Projeto de Lei 2234/2022 tramita no Congresso Nacional e divide opiniões. Para seus defensores, a legalização poderia gerar empregos e arrecadação. Já para entidades como a OMEP, os custos sociais superam qualquer eventual ganho econômico. entidade cita dados que associam a prática à compulsão, à criminalidade organizada e ao aumento de suicídios entre jogadores viciados.