Olimpíadas 2020: como está a preparação de nossos atletas?
Oficialmente, o mundo está a menos de um ano do começo dos
Jogos Olímpicos de 2020. A competição esportiva mais abrangente do planeta irá
retornar a cidade de Tóquio, no Japão, após um intervalo de mais de cinco
décadas, desde que a capital japonesa sediou os jogos pela primeira vez, em
1964.
A abertura acontecerá em 24 de julho, com o encerramento
acontecendo em 9 de agosto. Até lá, tudo deve estar pronto: os locais de
competição, os trajes esportivos para atletas, as medalhas e o envolvimento do
público com a festa.
Espera-se que 11 mil atletas participem das competições,
representando 204 países, que irão disputar 33 modalidades distintas. Alguns
esportes serão novidades nesta edição: surf, escalada, skate e beisebol/softbol
agora fazem parte das modalidades que valem medalhas.
Outra novidade desta edição é a criação de categorias mistas,
o que faz com que a participação feminina no evento seja maior. Dois exemplos
desta novidade são o revezamento 4x400m e 4x100m em estilo livre na natação.
Haverão, também, equipes mistas em tênis de mesa, judô, triatlo e tiro com
arco.
Locais e
estrutura
Além de Tóquio, outras cidades servirão de apoio para a
disputa de algumas modalidades, caso do futebol. O calendário da competição irá
dividir as partidas com outras localidades, como Sapporo, Saitama, Fukushima,
Miyagi e Yokohama.
Serão 43 locais que irão abrigar as disputas, sendo 25 já
existentes, 10 temporários e 8 que serão construções novas. Os japoneses irão
reaproveitar alguns locais construídos para as Olímpiadas de 1964, caso do
Ginásio Nacional de Yoyog e o estádio Olímpico de Tóquio, que passaram por
reformas.
Preparação brasileira
E como o Brasil vem se preparando para os Jogos? Em 2016, o
país teve seu melhor desempenho nos jogos. Foram 19 medalhas conquistadas,
sendo sete de ouro, seis pratas e seis bronzes. As conquistas colocaram o país
na 13ª colocação do quadro geral de medalhas, melhor marca na história.
Por isso, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) promete investir
pesado na preparação dos atletas. Em 2018, foram investidos R$ 153 milhões
neste aspecto. Além das comissões técnicas, o COB espera levar ao Japão uma
delegação formada por 250 atletas.
Se a estimativa for atingida, a quantidade de brasileiros
participantes será próxima ao de Londres em 2012, quando o país contou com 259
esportistas. Entretanto, o número será bem inferior ao número das Olimpíadas do
Rio, que contou com 465 representantes. Uma diminuição natural, já que o país
sede tem direito a mais vagas.
Metas
O COB espera manter o nível de desempenho de Rio-2016, apesar
de não estabelecer metas específicas. Há a esperança que as novas modalidades
incluídas, como o surf e o skate, sirvam como oportunidade para que mais
brasileiros subam ao pódio, já que são dois esportes em que o país conta com
atletas com boas chances de medalhas.
É o caso do brasileiro Gabriel Medina, bi-campeão mundial do
surf em 2014 e 2018. O comitê também tem esperanças de obter sucessos em
modalidades como vôlei, judô, vela e futebol, tanto masculino quanto feminino.
Estas são algumas das competições em que o país, historicamente, obteve sucesso
em diversas ocasiões.
Fortalecimento
do Bolsa Atleta
Um dos caminhos para solidificar o rendimento da delegação é
o programa Bolsa Atleta. A iniciativa governamental proporciona patrocínio
individual para os atletas, oferecendo uma fonte de renda extra para os
competidores, com objetivo de estimular o atleta a permanecer na prática
esportiva, sem ter que abrir mão disso por causa de um emprego.
O programa atende desde as categorias de base, com bolsas
para esportistas que ainda são estudantes, até os principais nomes do esporte
no país com chances reais de pódio. Em 2019, o Ministério da Cidadania anunciou
medidas para fortalecer o programa, contemplando novas bolsas e propondo um
aumento no valor das bolsas.
Segundo um levantamento feito pelo Ministério com os
beneficiados, o programa faz a diferença na vida do atleta. Além de melhorar a
renda mensal, ele permite ampliar o acesso do núcleo familiar à educação, abre
oportunidades de lazer, traz ganhos de moradias e aprimora a qualidade de vida.
Desta forma, o atleta se sente mais estimulado a permanecer
na prática esportiva. Isso reforça a ideia de que o caminho para o pódio passa
pela manutenção e ampliação de estímulos públicos como este.