O cristão e os Direitos Humanos: Bandido bom é bandido morto?
Por Gutierres Fernandes Siqueira*
É um dever cristão defender os direitos humanos, sem priorizar um em detrimento de outro. Cabe defender a liberdade e a igualdade. Cabe combater o totalitarismo coletivista e o individualismo exacerbado. Cabe defender a assistência aos pobres, mas ao mesmo tempo combater o assistencialismo enquanto bandeira de líderes populistas e espertos, que ganham eleições explorando o pobre como dependente de uma migalha. Cabe combater o predatismo de alguns empresários que colocam o lucro acima da dignidade da pessoa humana, assim como o predatismo estatal com seus pesados impostos. O Evangelho não é um “ismo”, ou uma ideologia; é, isso sim, o juiz de todas as ideologias.
Os direitos humanos não são apenas para humanos direitos. Quem assim pensa esquece que Deus, Ele próprio, protegeu Caim, o assassino, da fúria do justiçamento vingativo. Aliás, nada mais longe do Evangelho do que a turba de uma multidão que confunde vingança e justiçamento com justiça. Jesus, Ele próprio, foi vítima de almas exaltadas pelo desejo de sangue e pelos julgamentos sumários. Em tempos de linchamento virtual e até real, é necessário lembrar que a turba assassina matou Jesus, Estêvão e inúmeros mártires cristãos no Coliseu Romano nos séculos seguintes.
Perante Deus, como disse Paulo aos gálatas, não há homem ou mulher, escravo ou livre, judeu ou grego. Sim, em Cristo, somos um.
*Título original – Ética Cristã e Direitos Humanos