Novos autores investem em autopublicação e editoras pequenas para se lançarem no mercado literário
Hoje, Dia Nacional do Escritor, é o dia de se
comemorar aqueles que criam diferentes mundo por meio dos livros, os autores.
Além dos renomados escritores, diversos autores iniciantes vem ganhando a
admiração do público leitor optando por novas formas de adentrar no mercado
literário. É o caso do baiano Gilucci Augusto, estreando na literatura
com o livro intitulado “Nuances
– Entre Luzes e Sombras”, que
contém textos que vinham sendo divulgados despretensiosamente em suas redes
sociais.
Tendo Fernando Pessoa como sua maior
inspiração, Gilucci não sabe ao certo como embarcou nesse universo, a sua única
certeza é que nunca atuaria em apenas uma área. “Eu nasci e fui criado em Santo
Antônio de Jesus, recôncavo baiano. Mas em paralelo a isso, frequentava muito
Salvador. Então, eu transitava por vários contextos socioculturais e políticos.
E do mesmo modo que a minha vida foi bem diferente em vários aspectos, minha
cabeça também passou a funcionar assim. Ter várias ocupações para mim é
natural. Uma coisa alimenta a outra, não existe uma hierarquia”, assegura.
Acostumado
a ser visto como um artista das imagens, já que tem atuado também como
fotógrafo e no audiovisual. Gilucci ainda está se adaptando com a nova condição
ao adentrar na cena literária sem perder a imagem simbólica que dá sentido a
todos os seus trabalhos: o devaneio. “É algo que me interessa muito na
tentativa de me confundir e confundir os outros, misturando ficções e
realidades de modo a perder-me nesse fluxo e não mais saber o que é o quê. A
inspiração vem da possibilidade de criar mundos novos, imaginar outras vidas,
outros ‘eus’, outros ‘outros’”, define o autor de Nuances, que está sendo
lançado no mercado pela editora de pequeno porte Penalux.
A escritora Rita Queiroz também optou por editoras de
pequeno porte para apresentar seus textos ao mercado. “São editoras que
incentivam muito o escritor desconhecido do grande público, principalmente
aqueles que estão lançando o seu primeiro livro”, ressalta a autora que acaba
de lançar sua obra de estreia voltada para o público infanto-juvenil, Ciranda,
Cirandinha: vamos brincar com Poesia?.
Doutora em Letras
e professora da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Rita tem
outros três livros voltados para adultos já publicados. Desde 2015, quando
criou a Confraria Poética Feminina, vem trabalhando para intensificar sua
produção literária. “O espaço da mulher na literatura ainda é menor do que o
dos homens. Por isso, buscamos atuar em conjunto para discutir sobre autoria
feminina”.
Autopublicação
Diversos autores iniciantes também vem ganhando os leitores através da autopublicação de suas obras, sem o intermédio de uma editora. Quem está satisfeita com a alternativa é a escritora Silvia Noronha. Ela autopublicou o seu primeiro livro de contos sobre o cotidiano A obesidade dos cães e outros contos na plataforma digital Amazon.
“Para mim foi uma maneira de começar. Eu não queria
perder tempo e achei que a autopublicação era a forma mais rápida para ir
experimentando, pois tinha vontade de publicar, mas não lançava. Além disso,
encontrar uma editora que apostasse em uma pessoa completamente desconhecida ia
levar tempo”, explica Noronha, que também é jornalista
e está satisfeita com o resultado. “A experiência de ver realmente a sua obra
publicada e as pessoas que você não conhece lendo foi uma emoção para mim”.