O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou na noite desta quinta-feira (28), em passagem pelo Recife, que vê chances menores de o Estatuto da Família, projeto de Lei que classifica família apenas como a união entre um homem e uma mulher, ser aprovado após a renúncia do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A proposta é do deputado federal pernambucano Anderson Ferreira (PR).
Recentemente, Jean perdeu um processo na justiça federal contra um site evangélico e agora volta aos holofotes por outra polêmica com o segmento cristão.
“Nem mesmo a Sagrada Família é uma família tradicional. Porque pelo que consta nas narrativas bíblicas, Maria concebeu do Espírito Santo. Jesus não é filho de José. Então já começa aí uma família não tradicional formada por uma mulher que engravidou do Espírito Santo e o filho foi criado por um homem que não era necessariamente pai dele. Então mesmo na narrativa bíblica esse projeto não encontra amparo. A diversidade de arranjos familiares já estava presente ali”, argumentou.
O deputado do PSOL esteve na Capital pernambucana para um seminário sobre gênero e diversidade no parlamento. No Recife, Jean disse não ter nada contra a representação de evangélicos no Congresso, desde que eles não tentem legislar a partir de seus dogmas.
Ao dizer que não reconhece a legitimidade do governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), Jean fez questão de ressaltar que a base atual é mais propícia a avançar em temas conservadores e criticou o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE).
“Não por acaso o ministro interino da Educação recebeu como primeiros representantes da sociedade civil um grupelho fascista, como o Revoltados Online, e uma cavalcadura, como aquele ator pornô (Alexandre Frota) que eu esqueci o nome dele agora, para apresentar as suas reivindicações acerca da educação no país. E essas pessoas que foram apresentar os projetos foram recebidas antes dos pedagogos, dos especialistas em educação, dos sindicatos de professores, do Conselho Nacional de Educação, do Fórum de Secretários da Educação”, disse.
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