Da redação
Natural de Lajeado, no Rio Grande do Sul, Carla Dalvitt ganhou na justiça o processo que movia contra a Igreja Universal do Reino de Deus.
Alegando ter sido vítima de uma ‘lavagem cerebral’, a gaúcha esperou 11 anos para se sagrar vitoriosa. Tudo começou quando, vivendo uma grave crise financeira, passou a frequentar a instituição religiosa fundada pelo Bispo Edir Macedo em busca de uma solução para o problema.
Todavia, a resolução esperada acabou se tornando um pesadelo para Carla, que alega ter sido coagida pela congregação a doar tudo o que tinha. Resultado, acabou no vermelho, sem carro e mal vista entre os cidadãos da cidade do interior do estado gaúcho.
Em entrevista para a BBC Brasil ela explica que logo após a doação de seu patrimônio bateu o arrependimento, mas seus pedidos de devolução dos bens foram negados pela igreja. Foi aí que surgiu a ideia de entrar com uma ação judicial contra a Universal para reaver os valores e ainda uma indenização por danos morais.
Cinco anos depois do início do processo, a Igreja Universal do Reino de Deus foi condenada a pagar R$ 20 mil em indenização e devolver parte dos bens da gaúcha. A Universal recorreu e assunto foi para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que já negou o primeiro recurso da igreja. Ainda cabem outras tentativas.
Reconhecendo a propagação das mensagens de esperança e otimismo pelos pastores, Carla diz que os problemas começaram quando o dinheiro entrou em cena.
“Eles diziam que você tinha que dar 10% de tudo o que você ganhava, e que tudo o que você desse, ia receber de volta. O problema é que tinha um evento especial, a Fogueira Santa, onde as pessoas iam e doavam casa, carro. E eu não sei o que me deu… Eu estava desesperada,” declarou à BBC Brasil.
Por meio de nota, a Igreja Universal do Reino de Deus negou a possível extorsão, dizendo que “o dízimo e todas as doações recebidas pela Universal seguem orientações bíblicas e legais, e são sempre totalmente voluntários e espontâneos.”
(Com UOL)