Segundo o advogado Uziel Santana, coordenador da campanha do pré-candidato à Presidência Sérgio Moro (Podemos) junto aos evangélicos, o ex-juiz adotará um termo ‘moderado’ em relação as pautas morais.
Em entrevista à Folha, Santana adiantou que Moro não deverá se opor as questões de gênero, pauta bastante sensível aos evangélicos, principalmente com o aumento da influência da ideologia de gênero nas escolas.
“Moro vai combater a sexualização precoce das crianças, mas não pretende proibir discussões sobre o tema no contexto acadêmico”, diz Santana.
Outro tema moral importante aos evangélicos é o aborto. O ex-juiz não pretende mudar a lei atual, mantendo então a interrupção da gravidez em caso de estupro, risco para a vida da mãe e anencefalia.
Apoio de líderes de todas as religiões
Uziel Santanta pretende apresentar o pré-candidato do Podemos para vários líderes religiosos, não apenas evangélicos, mas de outros credos.
Até o final de janeiro ele deve se encontrar com Igreja dos Mórmons, Conib (Confederação Israelita do Brasil), Fambra (Federação das Associações Muçulmanas do Brasil) e Canção Nova (ligada à Renovação Carismática da Igreja Católica).
Moro adotará um tom pela liberdade religiosa, buscando apoio de todas as crenças e falando em promoção do respeito.
ERRATA
A assessoria do candidato emitiu a seguinte nota:
Vimos o link de vocês com base nas informações da Folha, e gostaríamos de, respeitosamente, dar a posição do candidato de forma mais esclarecida, no intuito de evitar ambiguidades.
Primeiramente, destacamos que em nenhum momento foi dito que o pré-candidato tenha afirmado “não se opor” à ideologia de gênero. Foi dito que um governo não pode ser censor de debates acadêmicos, pois isso é constitucionalmente impossível. Por essa razão, a discussão de qualquer teoria ou corrente não pode ser objeto de censura. É neste mesmo sentido que, por exemplo, um eventual governo Moro não se oporá ao estudo de teorias como a do criacionismo científico, design inteligente, etc.
Reiteramos, assim, que, do ponto de vista pessoal, Sérgio Moro é contra a sexualização precoce, que vem sendo chamada de ideologia de gênero. Logo, ele é contra a ideologia de gênero. Agora, frise-se: o que ele não pode é, constitucionalmente, ser censor universitário ou de debates acadêmicos. É nessa perspectiva que ele “não pode proibir” pesquisas.