Médicos deixam morrer bebê nascido vivo após aborto fracassado
Um hospital da Polônia está sendo acusado de deixar morrer sem cuidados um bebê viável, nascido às 24 semanas de gestação, depois que a criança sobreviveu a um aborto frustrado.
Segundo o Life News, testemunhas disseram que os médicos e a sua equipe deixaram o recém-nascido morrer em 7 de março, possivelmente porque o bebê tinha síndrome de Down. O caso aconteceu no Hospital Sagrada Família, na capital do país, Varsóvia.
As testemunhas disseram ainda que o bebê chorou e gritou por uma hora antes de morrer. Os relatos não dizem se o bebê era menino ou menina.
Por enquanto, o hospital não negou as acusações. O Life News informa que aporta-voz da instituição, Dorota Jasłowska-Niemyska, explicou que uma paciente no final da 23ª semana de gestação foi ao hospital e seus exames apontaram que o bebê tinha síndrome de Down. O hospital alega que tudo o que aconteceu em seguida esteve de acordo com a lei e com o padrão em procedimentos médicos. A dignidade da paciente e a dignidade do feto foram respeitadas, disse a porta-voz.
O repórter de uma tevê local perguntou se a criança nasceu viva, e a porta-voz respondeu apenas que: “Esses são detalhes sobre os quais não posso falar. É confidencial e não tenho permissão para comentar os detalhes do procedimento”.
Crime
Ativistas pró-vida reivindicam que o procurador da cidade processe o hospital por conduta criminosa. Segundo Bartosz Lewandowski, advogado do instituto Ordo Iuris, a equipe médica pode ser acusada criminalmente por não ajudar uma criança cuja vida estava em perigo. A acusação pode ser até mesmo de homicídio.
Lewandowski ressaltou que o código de ética dos médicos poloneses afirma claramente que uma criança nascitura é um paciente e que os médicos são obrigados a ajudá-la. Não importa que a mãe não queira que o bebê viva. Segundo o Código Penal polonês, o bebê nascituro é uma “criança” (artigo 148, seção 1) protegida pela lei.
Preconceito
O caso indica um grande problema de discriminação contra portadores de síndrome de Down no sistema de saúde polonês. Em 2014, a jornalista pró-vida polonesa Natalia Dueholm escreveu a respeito de outro bebê com a síndrome que nasceu vivo depois de um aborto mal sucedido. Nascida de uma gestação de apenas 22 semanas, a pequenina era ainda mais nova que o bebê de Varsóvia; mas ela teve mais sorte. Naquele caso, o hospital da cidade de Wrocław dispôs que os seus neonatologistas a ajudassem a sobreviver.
Na mesma época, a mãe de uma criança com síndrome de Down alertou o parlamento do país a proibir abortos eugênicos. Kaja Godek, ativista pró-vida, recebeu diversas manifestações de apoio pelo discurso a respeito do valor da vida de seu filho. No entanto, o país sofre cada vez mais pressão de ativistas pró-aborto pela legalização mais ampla da prática.
O aborto é ilegal na maioria dos casos na Polônia. As exceções são os casos de estupro, perigo de vida para a mãe e bebês portadores de deficiências severas e irreversíveis.
Com informações Life News via SempreFamília