Da Redação JM Notícia
O Ministério da Educação (MEC) decidiu recolher das escolas públicas o livro que abordava a prática de incesto. Denunciado por escolas de Vitória (ES), a obra “Enquanto o sono não vem” foi distribuída para crianças de seis a oito anos.
O texto criticado era “A triste história de Eredegalda”, a filha de um rei que foi pedida em casamento pelo próprio pai. Por negar se relacionar com ele, ela foi castigada por toda a família e morreu.
“As crianças no ciclo de alfabetização, por serem leitores em formação e com vivências limitadas, ainda não adquiriram autonomia, maturidade e senso crítico para problematizar determinados temas com alta densidade, como é o caso da história em questão”, declarou a Secretaria de Educação Básica do MEC.
Os 93 mil exemplares que foram distribuídos aos alunos do primeiro e terceiro ano do ensino fundamental de escolas públicas já foram recolhidos e serão redistribuídas para bibliotecas públicas de todo o país.
A obra foi selecionada pelo MEC em 2014, durante a gestão de Dilma Rousseff, depois de ser avaliado e aprovado pelo Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita (Caele) da Faculdade de Educação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Ceale se defende: a obra não trata de incesto
Em nota, o Ceale alegou que tematizar o incesto não é fazer apologia a essa prática. “O fato de uma obra tematizar incesto, como é o caso de ‘A triste história de Eredegalda’, não quer dizer que faça apologia do incesto”.
No entendimento do órgão, o conto tematiza e condena o estupro quando expõe o drama e sacrifício da menina. “É importante lembrar que temas como estupro, pedofilia, fratricídios, violência, alcoolismo, sequestro e incesto, por exemplo, estão tematicamente presentes até na Bíblia”, declarou o órgão.
De autoria de José Mouro Brant, o livro foi publicado pela Editora Rocco que se defendeu das acusações dizendo que a obra, publicada em 2003, “passou por uma ampla avaliação antes de ser enviada para as escolas”.
A editora declarou ainda que o Governo Federal tem comprado este livro e distribuído para crianças em 2005 e em 2014.
Senador Ronaldo Caiado comenta decisão do MEC
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) elogiou a decisão do MEC de recolher os livros e criticou a gestão do PT de colocar este tipo de obra nas mãos de crianças.
“Temos que aplaudir a decisão do ministro da Educação, Mendonça Filho, que retirou de nossas escolas esse livro que incentivava o incesto”, declarou.
Mas para ele, não foi à toa que esta obra foi escolhida e distribuída. “Não foi à toa que o PT incluiu esse livro criminoso em nossas escolas. O que mais parece algo sem sentido algum, na verdade, é um bom exemplo de como o PT operou nas diretrizes de nossa educação infantil”, completou.
O senador do DEM declarou ainda que o Partido dos Trabalhadores sempre quis criar um clima de desorganização dos valores mais essenciais da sociedade como é a família.
“O PT não destruiu apenas valores morais da política, avançou sobre a sociedade colocando crianças de 6, 7 anos para ler livro de incesto”, encerrou o senador.